O BTG Pactual emitiu um novo relatório sobre o Banco do Brasil (BBAS3), no qual reitera recomendação de compra para as ações e eleva o preço-alvo de R$ 34 para R$ 35, apontando um potencial de valorização de 46%, incluindo dividendos.
Segundo a casa, um dos motivos para o otimismo é o fato de que os indicadores financeiros da empresa estão apresentando sinais de melhora de forma mais rápida do que o esperado.
Diferentemente dos seus pares privados, como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que preveem desaceleração no crescimento de crédito em 2025, o BBAS3 projeta expansão robusta da carteira de crédito, estimada em 10% no ano, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário, diz o BTG.
Embora a inadimplência (NPL) relacionada ao segmento permaneça pressionada, a expectativa é de uma gradual melhora na qualidade dos ativos ao longo de 2025.
O BTG destaca que a taxa Selic elevada, aliada ao aumento nos volumes de crédito, oferece condições favoráveis para o crescimento da margem financeira líquida (NII), compensando parcialmente os impactos das provisões mais altas.
Curto prazo ainda é ponto de atenção
Apesar da perspectiva otimista para 2025, o curto prazo permanece desafiador, diz o relatório. A inadimplência no segmento agro do Banco do Brasil segue como principal ponto de atenção, agravada pela queda nos preços de commodities como soja.
No terceiro trimestre de 2023, o BB registrou um aumento significativo no volume de renegociações no portfólio agrícola, com prazos de carência dobrando em relação ao ano anterior, atingindo R$ 38 bilhões.
Para o 4T24 do Banco do Brasil, o BTG espera que o lucro líquido alcance R$ 9,3 bilhões, uma leve queda de 3% em relação ao trimestre anterior e de 2% na comparação anual. A receita com tarifas e o desempenho da subsidiária Cielo também devem contribuir positivamente para os resultados.
Projeções revisadas
Para o período entre 2025 e 2026, o BTG elevou suas estimativas de lucro por ação BBAS3 (EPS) em cerca de 6,5%, projetando um lucro líquido de R$ 40 bilhões para 2025, alta de 6% em relação ao ano anterior.
A avaliação das ações do Banco do Brasil é considerada atrativa pelos analistas, com múltiplo P/L de 3,7x para 2025 e um dividend yield de 12%.
Assim, ao lado do ITUB4, o BB é visto como opção preferencial entre os grandes bancos, superando Bradesco e Santander.
Por volta das 11h desta quinta-feira (23), o Banco do Brasil opera em alta de 2,99% no Ibovespa, com as ações BBAS3 cotadas a R$ 26,91.