A bolsa brasileira teve uma sessão de queda firme durante todo o pregão e fechou no vermelho nesta quarta-feira, diante do desapontamento do mercado com os resultados trimestrais do Banco do Brasil e com o fato da Petrobras não ter anunciado um aguardado aumento nos preços dos combustíveis na véspera.
O Ibovespa recuou 1,26%, a 53.698 pontos, no sentido contrário dos mercados externos. O giro financeiro do pregão totalizou R$ 5,9 bilhões.
Com queda de 7,9%, a ação do Banco do Brasil liderou as perdas do Ibovespa. A instituição teve lucro líquido maior no terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, mas o resultado veio abaixo da média de projeções do mercado e a instituição reduziu a perspectiva para o crescimento de sua carteira de crédito em 2014.
"O mercado pode ter comprado uma expectativa ontem que não se traduziu nos números de hoje", disse o analista da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira.
A ação do Banco do Brasil fechou na véspera com valorização de 5% em antecipação ao balanço. "O Banco do Brasil não teve um resultado tão animador quanto Itaú Unibanco e Bradesco", acrescentou Pereira.
Excluindo efeitos não recorrentes, o lucro do Banco do Brasil foi de R$ 2,885 bilhões. A previsão média de analistas consultados pela Reuters apontava para um resultado recorrente de R$ 3,014 bilhões.
Os papéis de BR Malls e TIM Participações também recuaram na esteira de seus resultados trimestrais. Além disso, o presidente da TIM negou nesta quarta-feira que haja qualquer tipo de negociação ou acordo para a venda da operadora, diante de reportagens segundo as quais Oi, Vivo e Claro teriam fechado um acordo para uma oferta de compra da empresa.
Ambas as ações da Petrobras recuaram quase 3%, constando entre as principais influências de baixa do Ibovespa. A estatal frustrou investidores ao informar ao fim de reunião de seu Conselho de Administração na véspera que "até o momento" não há decisão quanto ao amplamente aguardado reajuste no preço da gasolina e do diesel.
Notícias da mídia, contudo, afirmaram que a Petrobras já teria recebido o aval do governo federal para elevar os preços, embora o percentual não tenha sido fechado na reunião.
Outra baixa significativa foi CCR. A subsidiária Autoban teve suspensa a liminar que lhe garantia o reajuste integral de pedágios conforme prevê o contrato de concessão.
No sentido oposto, América Latina Logística teve a maior alta do dia, de 4%, após a Cosan Logística informar que a companhia recebeu aprovação da Agência Nacional de Transportes (ANTT) para a incorporação da empresa pela Rumo.
Participantes do mercado citaram ainda a indefinição sobre a equipe econômica da presidente reeleita Dilma Rousseff como motivo para o pregão fraco, à medida que investidores seguem no compasso de espera.
No cenário externo, dados mostram que o crescimento do setor de serviços da China em outubro enfraqueceu, mais uma preocupação do mercado sobre a economia do gigante asiático.