O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre com resultado acima do esperado pelo mercado, apesar de aumento da taxa da inadimplência e de provisões para perdas com calotes. O maior banco do País em ativos também alterou algumas projeções para 2014. O banco teve lucro líquido contábil de R$ 2,829 bilhões, um recuo sobre os R$ 7,472 bilhões registrados no segundo trimestre do ano passado, quando o resultado foi catapultado pela bilionária oferta pública inicial de ações (IPO) da BB Seguridade.
Porém, em termos recorrentes, o lucro líquido do BB teve alta anual de 14%, a R$ 3,002 bilhões, ficando acima da previsão média de analistas consultados pela Reuters, de R$ 2,579 bilhões.
A instituição terminou o trimestre passado com índice de inadimplência em operações vencidas há mais de 90 dias de 1,99%, acima dos 1,97% dos três primeiros meses de 2014 e dos 1,87% vistos um ano antes. O indicador futuro de calotes, que mede operações vencidas há mais de 60 dias, também subiu na comparação anual, passando de 2,20% para 2,37%.
A carteira de crédito ampliada fechou junho a R$ 718,754 bilhões, subindo 12,5% em 12 meses e 2,8% sobre março. A carteira no Brasil somou R$ 665,553 bilhões, crescimento anual de 13,8%. A previsão do BB para 2014 é de crescimento de 14% a 18%, estimativa que foi mantida pela instituição após o resultado do segundo trimestre.
Porém, o BB reviu sua projeção para o comportamento da margem financeira bruta de 2014, que foi elevada de alta de 3% a 7% para 5% a 9%, após ter fechado o primeiro semestre com crescimento anual de 7,2%.
O banco também melhorou a projeção para a rentabilidade sobre patrimônio líquido (RSPL) ajustado este ano, de 12% a 15% para 14% a 17%. No segundo trimestre, esta linha terminou em 17,1%, acima dos 16,4% registrados um ano antes.
Mas a estimativa para as rendas com tarifas foi reduzida, de crescimento de 9% a 12% este ano para expansão de 6% a 9%, diante de "estratégia de fidelização no relacionamento com clientes e redução das operações de mercado de capitais", afirmou o BB no balanço.
No trimestre passado, as receitas com tarifas avançaram 4,2% ante igual trimestre de 2013, para R$ 6,169 bilhões. As despesas com pessoal subiram 6,4% e outros gastos administrativos subiram 7,7%. No período, o Banco do Brasil reduziu seu quadro de funcionários em 2,17 mil, para 111.547 trabalhadores.
As provisões para perdas com inadimplência somaram R$ 4,570 bilhões no trimestre passado, altas de 8,4% na comparação anual e de 9,2% sobre os três primeiros meses de 2014.
O BB terminou o primeiro semestre com índice de Basileia de 14,19%, abaixo dos 15,92% de um ano antes, mas melhor que os 13,84% ao final de março. O banco informou nesta quinta-feira que está negociando com o ministério da Fazenda adequação de instrumentos híbrido de dívida emitido no final de setembro de 2012 como capital principal.
O conselho de administração do BB aprovou distribuição de R$ 216,42 milhões em dividendos.