O Banco Mundial reduziu na terça-feira sua previsão de crescimento global para 2015 e no próximo ano devido a perspectivas econômicas decepcionantes para a zona do euro, Japão e Brasil, entre outras economias emergentes, que anularam o benefício de preços mais baixos do petróleo.
O Banco Mundial prevê que a economia global cresça 3% este ano, abaixo da estimativa de 3,4% feita em junho, de acordo com seu relatório semestral "Global Economic Prospects".
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve chegar a 3,3% em 2016, ante previsão de 3,5% em junho, e desacelerar para 3,2% em 2017, disse a instituição.
"A economia global está em um momento desconcertante", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu, a jornalistas. "É um momento bastante desafiador para a previsão econômica."
A economia mundial tem crescido mais lentamente do que o esperado desde a crise financeira global de 2007-2009.
O Banco Mundial disse que a perspectiva de crescimento forte separou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha de outras nações ricas, incluindo membros da zona do euro e do Japão, que continuam a enfrentar desempenho econômico anêmico e temores de deflação.
"A economia global está rodando com um único motor, os EUA", disse Basu. "Isso não garante um quadro rosa para o mundo."
Entre os mercados emergentes, Brasil e Rússia pesaram sobre as previsões de crescimento global, assim como a China, que está desacelerando conforme se afasta de um modelo de crescimento baseado no investimento.
Assim como outros analistas, o Banco Mundial previu que a queda de cerca de 60% nos preços globais do petróleo desde junho do ano passado deve gerar um ganho líquido para a economia mundial, ao impulsionar os países importadores de petróleo.
Mas enquanto espera que os preços do petróleo fiquem baixos este ano, o Banco Mundial estimou que o choque positivo dos preços do petróleo poderá levar vários anos para alimentar sua perspectiva de crescimento, ao mesmo tempo que aumenta a volatilidade do mercado no curto prazo e reduz os investimentos em petróleo não convencional, como o xisto e o petróleo em águas profundas.
O impacto imediato de preços do petróleo mais baixos limitou-se a um aumento de 0,1 ponto percentual na perspectiva de crescimento mundial neste ano, disse o banco.
A queda dos preços do petróleo também poderia reduzir a inflação em todo o mundo. Os temores de deflação, juntamente com perspectivas mais sombrias globais e salários estagnados dos Estados Unidos, poderiam encorajar o Federal Reserve, banco central dos EUA, a aumentar as taxas de juros de forma mais lenta do que o previsto, disse Basu.