Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e feita em parceria com o Dieese aponta que, embora 904.913 novos empregos tenham sido criados pela economia brasileira entre janeiro e setembro deste ano, 3.325 postos de trabalho foram fechados pelo setor financeiro no mesmo período.
De acordo com o estudo, elaborado com base no números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 20 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e setembro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.091, 704, 562 e 534 cortes, respectivamente.
Ainda segundo o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 25.702 funcionários e desligaram 29.027. A remuneração dos trabalhadores também foi abordada pela pesquisa. O salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.321,80 contra o salário médio de R$ 5.251,76 dos desligados.
Desigualdade entre homens e mulheres
Embora as mulheres representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, continuam ganhando menos do que os homens quando são contratadas e quando são desligadas dos seus postos de trabalho.
Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.766,64 nos primeiros nove meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.856,42, valor 24% inferior à remuneração de contratação dos homens.
Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.017,79 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.425,34. Isso significa que o salário médio das mulheres no desligamento é 26% menor que a remuneração dos homens.