Os mercados financeiros globais tiveram forte queda nesta sexta-feira (24), com o anúncio da saída do Reino Unido da União Europeia. Alguns bancos centrais ofereceram proteção financeira e anunciaram que estão monitorando os efeitos da decisão dos britânicos.
O Brexit - união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês) - levou ao fortalecimento do dólar frente a outras moedas e à queda do preço do petróleo. O barril de petróleo Brent, para entrega em agosto, abriu nesta sexta-feira em forte baixa, cotado a US$ 48,21 em Londres, com queda de 4,14% em relação à sessão anterior.
No Brasil, a libra caiu 7,9% às 13h10, cotada a R$ 4,6094. O dólar comercial subiu 1,25%, a R$ 3,3863. O Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 3,28% às 13h35.
Na Europa, as principais bolsas estavam hoje de manhã em forte baixa. O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, por exemplo, caiu 7,49% às 9h05 da manhã (horário local).
Os mercados asiáticos também reagiram com fortes quedas, incluindo o Nikkei de Tóquio, que caiu 7,9%, apesar de o Banco do Japão ter se mostrado disposto a oferecer liquidez em conjunto com outras entidades monetárias para garantir a estabilidade do sistema financeiro.
Bancos
Na Europa, o Banco Central Europeu anunciou que está pronto a disponibilizar liquidez (recursos disponíveis) adicional, se necessário, em euros e em moeda estrangeira.
O Banco da Inglaterra disse estar pronto para oferecer recursos adicionais de 250 bilhões de libras (US$ 347 bilhões) e pode adotar outras medidac necessárias.
O Banco do Povo da China informou que está monitorando os desdobramentos da decisão dos britânicos e que vai manter a liquidez e a taxa de câmbio basicamente estável.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve também informou que está monitorando os efeitos do Brexit no mercado financeiro global, em cooperação com outros bancos centrais. O banco central americano acrescentou que está preparado para prover liquidez em dólar.
No Brasil, o Banco Central (BC) também informou, por meio de nota, que está monitorando continuamente os efeitos da decisão dos britânicos de deixar a União Europeia nos mercados global e doméstico. O BC afirmou que adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial.
"A economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos decorrentes desse processo, especialmente [um] relevante montante de reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional.
Em plebiscito realizado ontem (23), cidadãos britânicos decidiram, por maioria de 2%, a saída do Reino Unido da União Europeia. O resultado da consulta foi divulgado nas primeiras horas da manhã de hoje.
Em declaração ao país, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que renunciará ao cargo. Cameron, que deve deixar o posto em outubro, sempre se manifestou a favor da permanência do Reino Unido no bloco europeu e, durante os meses que antecederam a consulta popular, afirmou que o Brexit poderia trazer graves consequências econômicas para o país.
* Com informações da Agência Lusa