O Banco Central manteve o ritmo de aperto monetário e elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, em decisão unânime e esperada pelo mercado.
Com isso, a taxa de juros brasileira passa ao patamar mais alto desde dezembro de 2008 - quando estava em 13,75% ao ano--, diante de preocupações com a inflação elevada, apesar das perspectivas de retração da economia.
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Em pesquisa da Reuters, 42 dos 48 economistas consultados previam alta de 0,50 ponto percentual para Selic.
"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, sem viés", informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em comunicado.
A decisão do BC dá sequência ao ciclo de aperto monetário iniciado em outubro, quando elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, em decisão surpreendente e que contou com apoio de todos os membros do Comitê. No encontro de dezembro, o Copom acelerou o ritmo e elevou a taxa em 0,5 ponto percentual, elevando novamente a Selic em 0,5 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março.
Em março, o avanço dos preços medidos pelo IPCA acelerou a 1,32%, acumulando alta de 8,13% em 12 meses, bem acima da meta do governo de 4,5%, com margem de 2 pontos para mais ou para menos.
O BC vem reforçando o compromisso de se manter vigilante com a alta dos preços na economia, prevendo uma convergência para o centro da meta no final do ano que vem.
A reunião foi a primeira do Copom que contou com os votos dos novos diretores Otávio Damaso, de Regulação, e Tony Volpon, de Assuntos Internacionais. Ex-economista do banco Nomura, Volpon era crítico contumaz da política anterior do BC, de juros baixos.