O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir em 0,5 ponto percentual a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Com isso, a Selic passa a ser de 11,75% ao ano. O anúncio foi feito no final da tarde desta quarta-feira, 13, após a última reunião do colegiado em 2023.
Esse é o quarto corte consecutivo na taxa básica de juros, depois que o BC afrouxou sua política monetária no início de agosto pela primeira vez em três anos. A taxa atual está no menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano. A projeção do mercado financeiro é de que a taxa de juros continue recuando ao longo de 2024.
Em nota, o Copom sinalizou novos cortes na Selic nas próximas reuniões. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".
No comunicado, o órgão acrescenta que entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025. "Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".
O que é a Selic
A Selic é a referência para todas as taxas de juros do mercado brasileiro, definida pelo Copom, composto pelo presidente e diretores do Banco Central. Ela é o principal instrumento de política monetária utilizada para controlar a inflação.
Quando os juros sobem, os financiamentos, empréstimos e pagamentos com cartão se tornam mais caros, o que desencoraja o consumo e, por consequência, estimula a queda na inflação. Por outro lado, se a inflação está baixa e o BC reduz os juros, isso torna os empréstimos mais baratos e incentiva o consumo.
Como a Selic é definida
O Banco Central avalia as condições da inflação, da atividade econômica, das contas públicas e o cenário externo para definir o que fazer com a Selic, sempre com o objetivo de manter a inflação dentro da meta.
Essa é uma prática comum em governos e autoridades monetárias. O Federal Reserve (Fed) define os juros básicos da economia americana e o Banco Central Europeu faz o mesmo com os juros dos países da zona do euro.
Meta de inflação
O objetivo do Copom é manter a inflação brasileira dentro da chamada meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que determina a meta de três anos à frente, visando uma inflação previsível, estável e baixa, que possa ajudar a economia brasileira a crescer.