O Banco Central aumentou sua projeção de crescimento econômico em 2023 a 1,2%, contra patamar de 1% estimado em dezembro, conforme informado no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 30.
O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 1,61% para o PIB este ano, enquanto o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 0,9% em 2023.
O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços feitos no país e serve para medir o comportamento da economia brasileira. O cálculo é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da projeção de alta, o esperado para o PIB ainda representa uma desaceleração em relação aos anos passados. Em 2022, o PIB teve uma alta de 2,9%, enquanto em 2021 o crescimento foi de 5%.
Inflação
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que não hesitará em retomar ajustes na taxa básica de juros se necessário. Atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.
Para a inflação, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o BC elevou sua estimativa 5,8%, ante a projeção anterior, de dezembro, que era de 5%.
Chances de estouro
Para o BC, há 83% de chance de que a meta de inflação fique acima do limite neste ano. Na projeção de dezembro, essa projeção era de 57%. Se confirmado, 2023 será o terceiro ano seguido de estouro.
No ano passado, o IPCA somou 5,79%, também acima do teto do sistema de metas, que era de 5% no ano passado.
Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, maior patamar em mais de seis anos, para conter pressões inflacionárias e tentar trazer a inflação de volta às metas pré-definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende um aumento na meta de inflação, que atualmente é de 3,25% para 2023 e está fixada em 3% para os próximos dois anos.
É função do Conselho Monetário Nacional (CMN) fixar as metas de inflação. O conselho se reúne mensalmente e é formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, Planejamento e Orçamento, Simonete Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Crescimento de crédito
No mesmo relatório, o BC reduziu a projeção do crescimento do crédito no país de 7,6% este ano, ante estimativa de 8,3% feita em dezembro, em meio ao aperto monetário promovido para combater a inflação.
Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 8,4% em 2023, contra expectativa anterior de 9,0%. Para as empresas, a alta foi calculada em 6,3%, ante 7,3% no último relatório.
Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 7,1% (+8,6% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 8,3% (+8,0% antes).