O Banco Central (BC) não espera redução na inadimplência média do sistema bancário nem retomada expressiva do crédito neste semestre. A informação consta no Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado nesta quinta-feira.
“Como não se espera redução na inadimplência média do sistema bancário, o recuo nas despesas de provisão (recursos reservados para conter o risco de calote), observado nos últimos semestres, não deverá se repetir”, avalia o BC no relatório.
No relatório, o BC acrescenta que “não há expectativa de retomada expressiva do crédito”. Além disso, o BC avalia que “sem movimentos relevantes na Selic e nas taxas de longo prazo, os ganhos adicionais com tesouraria (títulos) tendem a ser menores”.
“Ademais, o ritmo de crescimento das receitas de serviços tem desacelerado. Assim, desconsiderando fontes não recorrentes de resultado, o ganho de rentabilidade dependerá, em grande parte, da capacidade de os bancos ganharem eficiência por meio de contenção de despesas”, avalia o BC.
Segundo o BC, elevações da taxa Selic contribuíram para aumentar as receitas dos bancos com títulos de renda fixa, “ao passo que, com a redução das taxas de juros de longo prazo, o ajuste a valor de mercado de títulos, que vinha gerando perdas desde o início de 2013, voltou a ser positivo no primeiro semestre de 2014”.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC interrompeu o ciclo de alta da Selic em maio, quando segurou os juros após nove aumentos consecutivos. A Selic está atualmente em 11% ao ano.
O Relatório de Estabilidade Financeira também mostra que “a solvência do sistema bancário continua elevada, com níveis de capitalização adequados para suportar os riscos assumidos”. O BC acrescenta que os bancos têm capacidade elevada de suportar situações adversas.