O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira que decidiu retirar a isenção sobre "os instrumentos de dívida cotados, emitidos ou garantidos" pela Grécia. Na prática, é um bloqueio para o refinanciamento dos bancos do país que pode colocar em risco o programa para salvar a economia grega.
A medida começa a valer no dia 11 de fevereiro, semanas antes do fim do programa coordenado pela troika, o grupo constituído por inspetores da Comissão Europeia, do BCE e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A isenção permitiu que os bancos gregos fizessem refinanciamentos usando como garantia os títulos de alto risco do governo.
Apesar da medida, o governo de Atenas minimizou a situação. Segundo o Ministério da Economia, o BCE está fazendo pressão sobre os membros da União Europeia para fechar um acordo positivo para todos.
A atitude do BCE tem como fundo a decisão do novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, de não renovar seu relacionamento com a troika e por levar adiante uma nova reestruturação do débito. Com isso, a entidade se moveu de maneira antecipada e, como um "deja vu" da crise anterior, envia um sinal duro para a Grécia: uma pausa nas reformas e na negociação sobre a dívida terá um preço altíssimo.
Apesar do otimismo do governo, a Bolsa de Valores de Atenas opera em baixa de -9% com a decisão do BCE.