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Economia

Impacto de guerra comercial sobre crescimento da zona do euro é prejudicial, diz BCE

27 mar 2025 - 10h28
(atualizado às 11h15)

Uma guerra comercial com os Estados Unidos pode ter um impacto passageiro sobre a inflação da zona do euro, mas um efeito muito mais prejudicial sobre o crescimento econômico, disse o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, nesta quinta-feira.

O crescimento da zona do euro está estagnado um pouco acima de zero nos últimos dois anos e há poucos sinais de uma recuperação significativa, mesmo que o risco de uma recessão pareça ter diminuído.

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"Acreditamos que isso terá um impacto de curta duração sobre a inflação, mas para o crescimento, uma guerra comercial será extremamente prejudicial", disse De Guindos em uma conferência.

Os EUA já anunciaram uma série de medidas comerciais que afetam as importações de metais e automóveis, e ameaçaram tomar outras medidas depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a União Europeia foi criada "para ferrar" seu país.

De Guindos disse que está otimista com relação à inflação, e que os aumentos de preços causados pelas tarifas e contramedidas seriam compensados pelo impacto da redução do crescimento.

Ecoando seus comentários, o presidente do banco central francês, François Villeroy de Galhau, disse que os EUA podem perder mais do que os outros com uma guerra comercial.

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"A economia global não é um jogo de soma zero", disse ele na mesma conferência. "O comércio tem a ver com a criação de valor em conjunto... se pararmos, é um jogo de perde-perde; todos perderão, a começar pelos EUA."

Esse ambiente de incerteza faz com que seja necessário que o BCE determine sua política monetária com mais cautela e prudência, disse De Guindos.

Uma série de autoridades do BCE, incluindo Piero Cipollone, Yannis Stournaras, e Villeroy, já defenderam mais cortes na taxa de juros.

Mas De Guindos adotou uma postura mais cautelosa, faltando três semanas para a próxima reunião do BCE.

"Quando se está em uma sala muito escura, com muita incerteza, é preciso tomar medidas cautelosas... é preciso ser muito prudente", disse ele. "Nossa abordagem de dependência de dados e a abordagem de reunião a reunião é a correta."

A próxima reunião do BCE será em 17 de abril e os mercados veem uma chance de aproximadamente 70% de outro corte nos juros, o que seria a sétima redução desde junho do ano passado.

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