O Banco Central Europeu deve continuar a cortar as taxas de juros em pequenos movimentos e resistir à tentação de tentar sustentar o crescimento em um bloco monetário que sofre, em grande parte, com falhas estruturais, disse o membro eslovaco do BCE, Peter Kazimir, nesta segunda-feira.
O BCE reduziu os juros em 25 pontos-base, para 3%, na semana passada, mas algumas autoridades pressionaram por um passo maior, com base na premissa de que o crescimento está especialmente fraco e a inflação pode até mesmo ficar abaixo da meta de 2% do BCE no médio prazo.
"A manutenção de uma abordagem gradual, passo a passo, por meio de cortes de 25 pontos-base nos juros continua a ser a estratégia mais prudente", disse Kazimir, um franco defensor da política monetária, em uma postagem no blog.
"Um afrouxamento monetário mais agressivo exigiria uma mudança drástica nas condições para justificá-lo", acrescentou Kazimir.
Na semana passada, o BCE reduziu sua previsão de crescimento para a zona do euro, composta por 20 países, e disse que os riscos ainda estavam inclinados para resultados ainda mais negativos, especialmente se o novo governo dos Estados Unidos adotar barreiras comerciais.
No entanto, Kazimir disse que uma política monetária mais frouxa era apenas um curativo para falhas estruturais mais profundas, e não uma solução real.
"Taxas de juros mais baixas podem proporcionar espaço para respirar, mas não podem substituir as reformas vitais", disse ele. "O mal-estar econômico da Europa é em grande parte estrutural e exige soluções que vão além do mandato da política monetária."
"Devemos resistir à tentação de reagir exageradamente às pressões de curto prazo", disse Kazimir.