O presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou nesta segunda-feira que a petroleira está tomando todas as medidas adequadas e necessárias para assegurar a devolução integral dos prejuízos decorrentes de corrupção na companhia. A fala de Bendine ocorreu durante evento em Brasília que marcou a devolução de uma pequena parte dos valores desviados. Na ocasião, foi feita a entrega simbólica de R$ 157 milhões para a estatal.
Com o desenrolar das investigações e dos acordos de delação, o Ministério Público Federal (MPF) disse já ter garantia de que R$ 570 milhões serão devolvidos à Petrobras e à União, por conta de corrupção envolvendo a empresa --o prazo para a devolução desses valores não foi mencionado pelas autoridades no evento.
Segundo o procurador Paulo Galvão, integrante da força-tarefa da Lava Jato, outros R$ 500 milhõess estão bloqueados judicialmente e precisam aguardar a conclusão das ações para serem posteriormente repassados à Petrobras e União.
O total contabilizado pela Petrobras em perdas com corrupção supera R$ 6 bilhões, segundo informação publicada no balanço de 2014. "Buscaremos sem descanso a reparação integral", disse Bendine, em discurso.
Na sexta-feira, a estatal informou que vai entrar como coautora do MPF nas ações de improbidade administrativa contra empreiteiras e executivos envolvidos nos casos de corrupção apurados pela operação Lava Jato, pedindo ressarcimento de quase R$ 1,3 bilhão.
Outras ações do gênero serão tomadas, visando o ressarcimento de mais valores, ressaltou Bendine, acrescentando que a cerimônia em Brasília nesta segunda-feira indicou que "a Petrobras está no rumo certo para superar a crise". Ele disse ainda que a Justiça Federal já mostrou entendimento de que a Petrobras foi vítima no processo.
Bendine, que deixou o local sem falar com os jornalistas, afirmou também que a empresa está trabalhando para aperfeiçoar seus padrões de governança e transparência. Ele citou a implementação de decisões colegiadas sobretudo na contratação de fornecedores, por exemplo. "Não há soluções mágicas, mas estruturação de sistema de governança permanente vai garantir que esses crimes não se repitam".
No balanço do ano passado, a companhia ainda incluiu a redução de mais de R$ 44 bilhões no valor de seus ativos, com as obras das refinarias Rnest e o Comperj -- importantes focos das investigações de corrupção - respondendo por cerca de 70% dessa desvalorização.