Marlene Engelhorn, austríaca de 32 anos, saberá esta semana como fará a redistribuição de 25 milhões de euros de sua fortuna, o equivalente a R$ 144 milhões, na cotação atual. Dona de um patrimônio bilionário, ela reuniu um grupo de cidadãos para decidir o que fazer com a fortuna que herdou da sua avó.
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Depois de alguns encontros, as 50 pessoas "estranhas" escolhidas vão se reunir pela última vez esta semana, segundo o La Nación. Marlene Engelhorn, que não terá voz no processo, chamou esta iniciativa de “Guter Rat für Rückverteilung” (“Bom Conselho para a Redistribuição”).
O projeto foi anunciado em janeiro, quando a equipe Guter Rat, com a ajuda da Foresight, enviou convites para 10 mil pessoas selecionadas aleatoriamente em toda a Áustria com mais de 16 anos. Conduzido pelo grupo de investigação Foresight, os escolhidos foram de diferentes lugares, idades e origens socioeconômicas.
Marlene Engelhorn compõe a dinastia de um império farmacêutico europeu e decidiu – por achar injusto receber tanto dinheiro "sem ter feito nada" e, ainda, nem precisar pagar impostos sob o valor – destinar parte de sua herança a uma espécie de administração coletiva.
A Áustria aboliu o imposto sobre herança em 2008, sendo um dos poucos países europeus que não impõe impostos após o falecimento de ricaços. Com a sua famosa frase “não é que eu não queira ser rico, é que não quero ser assim tão rico”, e a sua decisão de redistribuir a sua fortuna, ela revolucionou o debate sobre a desigualdade econômica na Áustria e na Europa.
Herdeira
Segundo informações do jornal Daily Mail, sua avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, deixou cerca de US$ 4,2 bilhões após sua morte em setembro de 2022. A fortuna de família veio de Friedrich Engelhorn, que fundou a BASF, uma gigante farmacêutica alemã, em 1865.
Além disso, a família de Marlene também era proprietária da Boehringer Mannheim, produzindo produtos farmacêuticos e equipamentos de diagnóstico médico. Essa empresa foi vendida em 1997 por US$ 11 bilhões.