Marlene Engelhorn, austríaca de 32 anos, já sabe o que fazer com parte da fortuna que herdou da sua avó. Dona de um patrimônio bilionário, a mulher reuniu um grupo de cidadãos para decidir para quem doar 25 milhões de euros, o equivalente a R$ 145 milhões, na cotação atual.
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O projeto foi anunciado em janeiro, quando a equipe Guter Rat, com a ajuda da Foresight, enviou convites para 10 mil pessoas selecionadas aleatoriamente em toda a Áustria com mais de 16 anos. Depois de vários encontros, o grupo anunciou na terça-feira, 17, as dezenas de organizações, projetos e iniciativas que serão beneficiadas.
Membros do grupo de cidadãos disseram que os milhões de Engelhorn seriam distribuídos entre um total de 77 organizações que procuram melhorar a proteção ambiental, a educação, a integração, a saúde e as questões sociais, bem como a pobreza e a habitação a preços acessíveis na Áustria.
Segundo relatos de agências internacionais, quatro membros do conselho partilharam as suas experiências dizendo que gostaram do “projeto democrático”, saudando-o como um “desafio emocionante” para encontrar soluções para questões urgentes com base no consenso.
Herdeira
Marlene Engelhorn compõe a dinastia de um império farmacêutico europeu e decidiu --por achar injusto receber tanto dinheiro "sem ter feito nada" e, ainda, nem precisar pagar impostos sob o valor-- destinar parte de sua herança a uma espécie de administração coletiva.
A Áustria aboliu o imposto sobre herança em 2008, sendo um dos poucos países europeus que não impõe impostos após o falecimento de ricaços. Com a sua famosa frase “não é que eu não queira ser rico, é que não quero ser assim tão rico”, e a sua decisão de redistribuir a sua fortuna, ela revolucionou o debate sobre a desigualdade econômica na Áustria e na Europa.
Segundo informações do jornal Daily Mail, sua avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, deixou cerca de US$ 4,2 bilhões após sua morte em setembro de 2022. A fortuna de família veio de Friedrich Engelhorn, que fundou a BASF, uma gigante farmacêutica alemã, em 1865.
Além disso, a família de Marlene também era proprietária da Boehringer Mannheim, produzindo produtos farmacêuticos e equipamentos de diagnóstico médico. Essa empresa foi vendida em 1997 por US$ 11 bilhões.