O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recorreu à Justiça Federal de São Paulo para tentar impedir que os controlares da processadora de carne JBS votem em assembleia de acionistas que tem entre os assuntos analisar a proposta de afastá-los da gestão da companhia.
O banco de fomento, por meio do BNDESPar, é o maior acionista minoritário da JBS, com participação de cerca de 21 por cento. Os Batista são controladores, com 42 por cento.
No início da semana, a CVM, órgão regulador do mercado de capitais, decidiu por unanimidade que os Batista poderiam votar na assembleia, contrariando pedido do BNDES pelo afastamento do presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, e posicionamento da própria área técnica da autarquia.
Delações premiadas dos irmãos Joesley e Wesley em maio envolveram o presidente Michel Temer em denúncias de corrupção. Depois disso, Temer nomeou para Paulo Rabello de Castro para presidir o BNDES, após renúncia da ex-presidente Maria Silvia Marques. Castro tem defendido publicamente a saída da família da gestão da JBS. Em 15 de agosto, o banco pediu abertura de processo de responsabilidade contra os Batista e outros ex-executivos da JBS por prejuízos causados à companhia.