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Bolsas da Europa fecham em queda, sem resolução de guerra e de olho em BCE

10 mar 2022 - 14h36

As principais bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, 10. A expectativa de um cessar-fogo em breve, dadas as notícias da quarta-feira, diminuiu com falas de autoridades russas nesta sessão. A decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE) e posições da presidente da instituição, Christine Lagarde, também estiveram no radar.

O índice pan-europeu Stoxx600 fechou em queda de 1,69%, a 427,12 pontos. Enquanto o londrino FTSE 100 caiu 1,27%, a 7.099,09 pontos, e o parisiense CAC 40 cedeu 2,83%, a 6.207,20 pontos.

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Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que o encontro com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, não teve o cessar-fogo como pauta central. O tema deve ser discutido por delegações dos países em Belarus. E afirmou que, para que os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky se encontrassem, Moscou precisaria de uma maior preparação e uma reunião "com mais foco".

"Parece haver uma ingenuidade generalizada por parte dos mercados, assim como de alguns políticos, de que a Rússia está interessada em seguir um caminho diplomático, quando todas as suas ações até agora parecem sugerir que Moscou tem apenas uma agenda, e não é pacífica", disse o analista-chefe para mercados na CMC Markets, Michael Hewson. O economista observa que parece haver uma redefinição de expectativas entre operadores que lidam com o cenário de incertezas.

As bolsas, que já operavam em queda, aceleraram o movimento após decisão do BCE de manter inalteradas suas principais taxas de juros: a taxa de depósitos seguiu em -0,50%, a taxa de refinanciamento em 0% e a taxa de empréstimo em 0,25%. O ritmo de redução de compra de ativos pelo BCE foi acelerado.

Na avaliação da Capital Economics, a decisão da autoridade monetária traça caminho para que os juros sejam elevados no segundo semestre deste ano, enquanto o Wells Fargo espera que isto aconteça em dezembro. O ING acredita que uma elevação na taxa "ainda é possível" em 2022 e o Commerzbank aposta em duas.

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Em coletiva à imprensa após a decisão, Lagarde destacou que a guerra na Ucrânia terá "grande impacto" no crescimento econômico e inflação na zona do euro. A autoridade frisou que a energia é a principal causa para salto inflacionário na região e que preços devem seguir altos no curto prazo.

Em relatório divulgado nesta quinta, o BCE projeta menor crescimento e maior inflação para a zona do euro: o índice de preços ao consumidor (CPI) deve ficar em 5,1% em 2022, 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024, já o Produto Interno Bruto (PIB) deve subir 3,7% em 2022, 2,8% em 2023 e 1,6% em 2024.

Nos Estados Unidos, maior economia do mundo, o CPI de fevereiro registrou salto anual de 7,9%, o maior desde janeiro de 1982.

Em Frankfurt, o DAX caiu 2,93%, a 13442,10 pontos, e em Milão, o FTSE MIB cedeu 4,20%, a 22.886,69.

Nas praças ibéricas, o PSI 20 teve baixa de 1,29%, a 5524,75 pontos, e o IBEX 35 recuou 1,15%, a 8.069,30 pontos, segundo dados preliminares.

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