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Bolsonaro diz que palavra final na economia é dele e de Paulo Guedes

7 out 2020 - 18h12
(atualizado às 19h27)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que a palavra final sobre assuntos econômicos é de duas pessoas, dele e do ministro da Economia, Paulo Guedes, e acrescentou que se surpreende com oscilações do mercado após declarações de ministro ou integrante do segundo escalão do governo.

Bolsonaro e Guedes conversam em evento em Brasília
11/12/2019
REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro e Guedes conversam em evento em Brasília 11/12/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Me surpreende por vezes o mercado, por declaração de um ministro ou de um funcionário do segundo escalão, falar alguma coisa e aquilo passar a ser verdade, a Bolsa cai, o dólar sobe", disse.

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"A palavra final na economia não é de uma pessoa, são de duas pessoas: eu e Paulo Guedes", completou ele, em evento no Palácio do Planalto de lançamento do programa Voo Simples, de medidas para o setor aéreo.

Em seu discurso, Bolsonaro destacou que o Brasil, citando Paulo Guedes, é um país em que se respeita contratos.

"Nós não queremos fazer nada de anormal para dar um jeitinho ali, lá ou acolá", disse, após especulações sobre uma possível quebra da regra do teto de gastos para o financiamento de um novo programa social.

Em outro momento, o presidente fez novo afago ao ministro da Economia ao dizer que o governo ajudou muita gente a sobreviver bem antes e durante a pandemia do novo coronavírus. Disse que o "nosso país teve o arrojo da liberdade que tem o Paulo Guedes, que tem o compromisso com seu país e uma lealdade que é mútua comigo, (de) tomar providências", citando medidas como a criação do auxílio emergencial e socorro a entes federados.

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Nos últimos dias, Guedes tem sido alvo de pressão da ala política do governo e de parlamentares para encontrar uma solução para a criação do Renda Cidadã, programa de assistência social que deve substituir o Bolsa Família e ainda abranger a parte de benefícios do auxílio emergencial, que acaba em dezembro.

AMAZÔNIA E LAVA JATO

O presidente defendeu mais uma vez a exploração turística da Amazônia para mostrar aos estrangeiros que não haveria queimadas na região --ao contrário do que apontam dados de monitoramento de órgãos do próprio governo.

"E por que não abrirmos e estimularmos a Amazônia para o turismo para mostrar para o gringo que aquele 'trem' não pega fogo? Isso é muito bom para nós", disse.

Bolsonaro disse que é para esquecer as pressões que sofre e novamente repetiu, sob aplausos, que é "imbroxável".

No momento em que se alia politicamente a investigados na Lava Jato no Congresso, o presidente fez um trocadilho com a operação ao alegar que no seu governo não há corrupção.

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"É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer para essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato, eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo", disse, sob palmas.

"Sei que não é virtude, é obrigação", frisou ele, ao destacar que faz um governo de "peito aberto".

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