O presidente Jair Bolsonaro fez um apelo nesta quinta-feira a empresários do setor de alimentos para que não aumentem preços em meio a um ambiente de inflação mais "agressiva", um dia depois de mais uma elevação na taxa básica de juros pelo Banco Central.
No encontro que reuniu no Rio de Janeiro dezenas de empresários de diversos setores como supermercados, indústria, hotéis, comércio e outros, Bolsonaro manifestou preocupação com a alta de preços e os impactos sobre o orçamento dos mais pobres.
"Faço apelo aos senhores: a política nefasta do fique em casa estamos sentindo o reflexo agora, uma inflação que se fez mais agressiva junto aos que consomem produtos de primeira necessidade... a gente apela, fazemos um pedido, sei que alguns já fazem algo parecido, nos ajudem a conter o preço daquilo que é básico para os mais pobres para que possamos sobreviver a essa pandemia, que se Deus quiser está chegando ao seu fim de modo que não abale a economia", disse o presidente sob aplausos em um almoço a portas fechadas em um hotel na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo áudio do discurso ao qual a Reuters teve acesso.
Na quarta-feira, para tentar conter a inflação , o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa Selic em 0,75 ponto percentual para 4,25%, e indicou uma nova elevação na próxima reunião.
A inflação medida pelo IPCA acumulada em 12 meses até junho foi de 8,06% e vai se distanciando do teto da meta de 5,25% para 2021.
Também participaram do evento organizado pelo movimento Rio Mais Produtivo políticos como os senadores Flávio Bolsonaro (Patriota) e Romário (PL), o governador Cláudio Castro (PL), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, entre outros.
Sem dar maiores detalhes, Bolsonaro disse aos empresários que tem conversado com a ministra da agricultura, Teresa Cristina, sobre o impacto do milho, uma commodity global , sobre os derivados do produto no mercado interno.
"A inflação de alimentos ocorreu no mundo todo que passou a consumir mais durante a pandemia, mas temos que vencer essa etapa. Estamos tomando providências junto ao ministério da Teresa Cristina, da Agricultura, quando aumenta o preço do milho isso impacta na cadeia produtiva por exemplo de ovos e aves e não podemos tirar isso da mesa do povo", disse.
Bolsonaro deixou o local sem falar com a imprensa.