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Bolsonaro reclama de reação do mercado e pede sugestões para financiar Renda Cidadã

29 set 2020 - 11h53

Depois da reação negativa do mercado financeiro às propostas do governo para financiar um novo programa de transferência de renda, o presidente Jair Bolsonaro reclamou, nesta quarta-feira, que precisa de sugestões, e não de críticas, e alertou que com o agravamento da crise econômica, "todo mundo vai mal", inclusive o mercado financeiro.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Pessoal do mercado também, não estou dando recado para vocês. Se o Brasil for mal, todo mundo vai mal. Aquele ditado estamos no mesmo barco é o mais claro do momento. O Brasil é um só. Se começar a dar problema todos sofrem. Pessoal do mercado não vai ter renda também. Vocês vivem disso, de aplicação", disse Bolsonaro ao parar para conversar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

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"E nós queremos obviamente estar de bem com todo mundo. Mas eu peço por favor ajudem com sugestões, não com críticas. Quando tiver que criticar alguém não é o presidente."

As reclamações de Bolsonaro vieram depois da reação negativa dos mercados, com queda da bolsa, aumento do dólar e dos juros futuros, ao anúncio das alternativas analisadas pelo governo para financiar o Renda Cidadã, programa que deve ampliar o Bolsa Família.

A proposta de usar parte dos recursos de precatórios --dívidas de ações judiciais perdidas pela União e que devem ser pagas depois das sentenças definitivas-- e recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para financiar o programa foi vista como uma tentativa de driblar o teto de gastos e o ajuste fiscal.

Como havia feito mais cedo em suas rede sociais, Bolsonaro afirmou que é preciso encontrar uma forma de atender 20 milhões de pessoas que irão ficar em renda com o fim do auxílio emergencial, em janeiro de 2021. Essa situação, afirmou, pode levar a "distúrbios sociais" e "a esquerda pode se aproveitar disso e incendiar o Brasil".

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"Nós precisamos ter uma alternativa para isso, se não os problemas sociais serão enormes. Agora tudo que o governo pensa, ou gente ligada ao governo, ou líderes partidários pensam, isso aí se transforma em criticas monstruosas contra nós", disse. "Temos que ter alternativa para isso. Sabemos que não tem recurso então está buscando alternativas."

Bolsonaro reclamou ainda, mais uma vez, que está sendo acusado de tentar criar o programa social visando sua reeleição em 2022. O pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus aumentou sua aprovação nas pesquisas mais recentes, mas a última parcela será paga em dezembro.

"Tudo que eu faço agora dizem que estou pensando em 22. Se eu não faço nada, sou omisso. Se faço, estou pensando em 22. Agora, não queiram estar no meu lugar. Agora, eu vou fazer o possível para buscar uma solução. E digo mais, eu vou para uma máxima militar: quero uma solução racional, preciso de ajuda, conselhos sugestões", disse.

"Agora, se não aparecer nada, eu vou tomar aquela decisão que o militar toma: pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Eu não vou ficar indeciso, o tempo está correndo, está chegando janeiro de 21", afirmou.

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