O presidente Jair Bolsonaro (PL) será o primeiro chefe do Executivo, desde o lançamento do Plano Real - em 1994 -, a terminar o mandato em 2022 com o salário mínimo tendo valor inferior do que quando assumiu. De acordo com o Globo, pelos cálculos da corretora Tullett Prebon Brasil, a perda será de 1,7%.
Segundo o veículo, nenhum outro presidente neste período de 28 anos, tanto no primeiro como no segundo mandato, entregou um salário mínimo que tivesse perdido poder de compra.
Além disso, conforme a Tullett Prebon, a perda será de 1,7% se a inflação não acelerar mais do que o previsto pelo mercado no Boletim Focus, do Banco Central, base das projeções da corretora. As previsões estão sendo revisadas para cima há 16 semanas.
Com essa porcentagem de inflação, o piso salarial cairá de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022. O salário mínimo consta na Constituição brasileira, que o protege de perdas do poder de compra, sendo obrigatória a recomposição da inflação.
"Da ótica das contas fiscais da União, a perda retratada em nossa simulação para o mínimo estende-se, em realidade, a todos os benefícios e pagamentos corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — toda a folha da previdência, abono, Loas (Benefício de Prestação Continuada para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda)", aponta o relatório da Tullet Prebon Brasil.
Ainda segundo a corretora, dois fatores explicam a perda inédita. Um deles é o ajuste fiscal, pois reajustes no piso têm impacto em outras despesas do governo. O segundo é a aceleração da inflação nos últimos meses.