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Bovespa fecha em alta de 0,5% com Petrobras e novo plano

O Ibovespa fechou em alta de 0,56%, a 51.304 pontos

3 mar 2015 - 18h46
<p>O volume financeiro, contudo, ficou abaixo da média do ano e somou R$ 5,3 bilhões, ante uma média diária próxima de R$ 7 bilhões no ano</p>
O volume financeiro, contudo, ficou abaixo da média do ano e somou R$ 5,3 bilhões, ante uma média diária próxima de R$ 7 bilhões no ano
Foto: Paulo Whitaker (BRAZIL) - RTX9EQN / Reuters

O principal índice da Bovespa quebrou uma série de quatro pregões em queda e fechou em alta nesta terça-feira (3), sustentado pelos ganhos de Petrobras, após a estatal aprovar um plano de aumento nos desinvestimentos até 2016.

O Ibovespa fechou em alta de 0,56%, a 51.304 pontos. O volume financeiro, contudo, ficou abaixo da média do ano e somou R$ 5,3 bilhões, ante uma média diária próxima de R$ 7 bilhões no ano.

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A estatal informou na véspera que pretende desinvestir US$ 13,7 bilhões (aproximadamente R$ 40 bilhões na cotação atual) entre 2015 e 2016, um forte corte ante o plano de negócios 2014-2018, que previa desinvestimentos de até US$ 11 bilhões ao longo de cinco anos.

O Credit Suisse disse que a empresa surpreendeu o mercado com o anúncio, e destacou o momento de sua realização, o tamanho do plano e o fato da empresa não incluir o pré-sal. Os analistas consideraram a meta agressiva e não trivial de ser executada.

"Se entregarem esses US$ 13,7 bilhões, é um belo começo", escreveu o CS, em e-mail a clientes.

Uma fonte próxima ao programa disse à Reuters que o desinvestimento pode envolver a venda de parcelas de ativos térmicos e de distribuição de gás no Brasil, além de participação em campos petrolíferos e ativos no exterior.

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As preferenciais da estatal fecharam em alta de 2,13% e as ordinárias avançaram 2,48%. Na máxima, a alta ficou ao redor de 4%.

As preferenciais da estatal fecharam em alta de 2,13% e as ordinárias avançaram 2,48%
Foto: Paulo Whitaker / Reuters
Queda dos bancos

Os bancos mostravam alguma indefinição, com agentes financeiros cautelosos ante desdobramentos da operação Lava Jato e eventuais novas medidas fiscais que afetem a rentabilidade dos mesmos.

Para a agência de classificação de risco Moody's, os bancos brasileiros podem enfrentar efeitos gerados por parceiros da Petrobras, conforme relatório nesta terça-feira, principalmente as instituições financeiras públicas. Itaú Unibanco e Bradesco terminaram o dia com altas de 0,77% e 0,22%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil caiu 0,17%.

Cielo foi um importante suporte de alta para o Ibovespa, com ganho de 1,49% no final, tendo ajuda dos analistas do BTG Pactual, que retomaram a cobertura do papel com recomendação de "compra" e preço-alvo de R$ 52.

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Vale também se valorizou, diante da decisão da mineradora de ampliar o contrato com a canadense Silver Wheaton para venda de ouro produzido como subproduto da extração de cobre da mina de Salobo, no Brasil.

As preferenciais da mineradora subiram 0,84% e as ordinárias ganharam 1,12%.

Na ponta negativa, Estácio Participações caiu 3,73%, após a companhia adiar o início das aulas do primeiro semestre para calouros em razão de instabilidades para contratação no Fies.

Também no vermelho, Ecorodovias recuou 2% e CCR perdeu 1,81%, com a sanção presidencial sem vetos da Lei dos Caminhoneiros, que prevê liberação de pagamento de pedágio de eixos suspensos de caminhões vazios.

CCR, aliás, divulga resultado na quarta-feira, após o fechamento, e deve entregar um crescimento apenas modesto ou tráfego de veículos estável no quarto trimestre na comparação anual.

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Também Gerdau, Suzano Papel e Embraer divulgam balanço na quarta-feira, sendo a primeira antes da abertura da Bovespa e as demais após o fechamento.

Para a agência de classificação de risco Moody's, os bancos brasileiros podem enfrentar efeitos gerados por parceiros da Petrobras
Foto: Brendan McDermid / Reuters
Fluxo externo

Dados da BM&FBovespa nesta terça-feira mostraram que fevereiro encerrou com saldo externo positivo de R$ 4,48 bilhões, o melhor resultado desde maio de 2014, quando houve entrada líquida de R$ 5,5 bilhões.

No mercado futuro, os estrangeiros fecharam o mês passado com posição comprada em 90.974 contratos.

Na visão do gerente-executivo de Fundos de Ações da BB Gestão de Recursos, Jorge Ricca, o fluxo de estrangeiros refletiu uma combinação de um ambiente externo mais favorável com fatores domésticos, além do fato de a bolsa estar negociando perto das mínimas de 2009 em dólares.

Ele destacou que o discurso ainda de cautela do Federal Reserve quanto à alta de juros, a recuperação da atividade norte-americana e políticas na China visando evitar uma maior desaceleração de sua economia permitiram a continuidade da busca de maiores retornos em mercados acionários emergentes.

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Ao mesmo tempo, destacou o resultado fiscal de janeiro do setor público, as novas medidas de ajuste fiscal, algum alívio nas preocupações com a situação hídrica no país, bem como a estabilização dos preços de petróleo e minério de ferro no mercado externo e resultados trimestrais do setor financeiro que beneficiaram papéis específicos negociados na Bovespa.

"Mantidas as condições descritas acima, acredita-se que haverá a continuidade do fluxo de capital estrangeiro na bolsa brasileira", afirmou.

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