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Bovespa fecha fevereiro com alta acumulada de 10%

Em fevereiro, o Ibovespa subiu 9,97%, no maior ganho mensal desde janeiro de 2012, acumulando ganho de 3,15% no ano

27 fev 2015 - 18h35
(atualizado às 18h36)
<p>Na semana, o principal índice da bolsa paulista acumulou alta de 0,67%</p>
Na semana, o principal índice da bolsa paulista acumulou alta de 0,67%
Foto: Nacho Doce / Reuters

A Bovespa fechou a sexta-feira (27) em queda, após um pregão volátil marcado por repercussão de novas medidas fiscais, mas não impediu que o principal índice da bolsa tivesse em fevereiro o maior ganho mensal em três anos.

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O Ibovespa encerrou em queda de 0,34%, a 51.583 pontos, com investidores recebendo bem os sinais de comprometimento do governo com o ajuste fiscal, mas também colocando no preço potenciais efeitos nos resultados das empresas do fim de alguns incentivos fiscais. Na semana, o principal índice da bolsa paulista acumulou alta de 0,67%.

Em fevereiro, o Ibovespa subiu 9,97%, no maior ganho mensal desde janeiro de 2012, acumulando no ano ganho de 3,15%.

O Diário Oficial da União trouxe nesta sexta-feira a elevação das alíquotas de Contribuição Previdenciária das empresas sobre receita bruta, o que na prática reduz a desoneração da folha de pagamentos.

Na véspera, por decreto, o governo limitou os gastos dos órgãos federais com custeio e investimentos.

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Redução de imposto

À tarde, foi publicado em uma edição extra do DOU decreto reduzindo a alíquota do programa de incentivo às exportações Reintegra para 1% em 2015 e 2016, 2% em 2017, voltando a 3% em 2018, confirmando informação publicada mais cedo pela Reuters. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que as mudanças na desoneração da folha de pagamento e no Reintegra vão gerar uma receita de R$ 14,6 bilhões ao governo neste ano.

"Hoje, o principal problema do País e das empresas é a falta de perspectiva de crescimento devido à falta de credibilidade e aos desarranjos. Se arruma o fiscal, tudo clareia", afirmou o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Vários papéis na Bovespa, contudo, acabaram sucumbindo na parte da tarde à pressão vendedora em razão de potenciais efeitos da elevação das alíquotas na folha de pagamento, o que acabou revertendo o viés positivo da primeira etapa do dia.

O estrategista Andrew Campbell do Credit Suisse disse em nota a clientes que a alta das alíquotas era "outro desafio às empresas brasileiras em um ano com condições já difíceis para o aumento de lucros e criação de valor, diante do crescimento fraco da economia, ajuste fiscal, aperto monetário e volatilidade cambial".

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Sobe e desce da Bovespa

A ação da BRF caiu 3,84%. A empresa foi citada por analistas como uma das potencialmente mais afetadas pela mudança na desoneração da folha, o que acabou prevalecendo sobre a divulgação do balanço da companhia na véspera. A BRF teve lucro de R$ 991 milhões no último trimestre de 2014, quatro vezes superior ao obtido um ano antes.

Ações do setor de educação também pesaram, em particular Kroton, que teve o maior recuo percentual do índice, de 9,73%, com o setor voltando a sofrer com ruídos sobre o principal programa de financiamento estudantil do governo, em meio a relatos de limitações à concessão do Fies.

Na contramão, os papéis da Petrobras avançaram, em meio a ganhos do petróleo no mercado externo. A estatal também informou a aprovação da indicação do advogado e consultor anticorrupção Luiz Navarro para o Conselho de Administração.

Ambev, depois de subir 3,17% na máxima do dia, fechou em alta de 0,22%, a R$ 18,34. O Bank of America Merrill Lynch revisou estimativas após a empresa de bebidas divulgar balanço e revisou o preço-alvo de R$ 17,7 para R$ 19, com manutenção de recomendação neutra.

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