A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira (19) pela primeira vez na semana, em meio a um movimento de realização de lucros guiado por ações de bancos e da Petrobras, com o tombo da Kroton reforçando o viés de baixa, após a empresa de educação divulgar projeções pouco otimistas para o ano.
O Ibovespa encerrou em baixa de 1,11%, a 50.953 pontos, interrompendo uma sequência de três altas seguidas, em que acumulou elevação de 6%. O volume financeiro da sessão somava R$ 5,7 bilhões.
"A bolsa está corrigindo um pouco o movimento dos últimos dias, mas o efeito da apreciação do dólar em ações de exportadores como JBS e Embraer impede uma realização de lucros mais forte", disse Fabio Lemos, analista de renda variável da gestora São Paulo Investments.
Nesta sessão, a moeda americana encerrou em alta de 2,56%, a R$ 3,2965, maior nível de fechamento desde 1º de maio de 2003, depois de chegar a R$ 3,3084 na máxima da sessão. Ao mesmo tempo, o nível do Ibovespa em dólar ainda deixa a bolsa brasileira atrativa ao estrangeiro.
Em 2015, o principal índice da Bovespa acumula queda de quase 20% em dólar, enquanto em real o desempenho está positivo em quase 2%.
Sobe e desce das ações
As preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 3,99% e as ordinárias caíram 4,40%, com a queda do preço do petróleo no exterior. Até a véspera, os papéis acumulavam alta de aproximadamente 11% na semana.
Os bancos também pesaram, com Bradesco recuando 1,68%, enquanto Itaú Unibanco caiu 0,61%. Os dois juntos respondem por quase 20% do Ibovespa. O Banco do Brasil recuou 4,45%, acentuando a pressão.
Em destaque negativo a Kroton, que fechou em queda de 6,36%, após o presidente da empresa, Rodrigo Galindo, prever, em teleconferência sobre resultado trimestral, queda de até 5% na captação de alunos presenciais no primeiro semestre deste ano.
Ainda no setor de educação, Estácio recuou 5,33%. A empresa divulga resultado ainda nesta quinta-feira.
Na contramão das quedas, as companhias de papel e celulose também encontraram suporte na alta do dólar, com a Fibria subindo 3,09% e a Suzano avançando 5,96%, com o noticiário desta última ainda incluindo venda de fábrica de papel.
A Sabesp avançou 1,02% após fechar acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e a Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo para equacionar o recebimento de dívidas de R$ 1,01 bilhão.