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Bovespa recua 3,24% com aversão a risco global e eleição

Praticamente todas as ações da carteira teórica do Ibovespa terminaram o dia no vermelho

15 out 2014 - 18h58
<p>O Ibovespa encerrou em baixa de 3,24 por cento, a 56.135 pontos, após recuar a 54.919 pontos na mínima da sessão desta quarta-feira, 15 de outubro</p>
O Ibovespa encerrou em baixa de 3,24 por cento, a 56.135 pontos, após recuar a 54.919 pontos na mínima da sessão desta quarta-feira, 15 de outubro
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A forte aversão a risco nos mercados internacionais deflagrou uma forte realização de lucros na Bovespa nesta quarta-feira, cujo principal índice chegou a 54 mil pontos no pior momento, enquanto as eleições presidenciais ficaram em segundo plano, com investidores no aguardo de novas pesquisas Ibope e Datafolha.

O Ibovespa encerrou em baixa de 3,24 por cento, a 56.135 pontos, após recuar a 54.919 pontos na mínima da sessão. Praticamente todas as ações da carteira teórica terminaram o dia no vermelho.

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O volume financeiro somou 24,2 bilhões de reais, inflado por operações relacionadas ao vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, que também influenciaram o rumo do pregão.

As ações da Petrobras lideraram as perdas do índice nesta sessão, com recuo de cerca de 7 por cento, depois de terem acumulado os maiores ganhos no mês até a véspera, de cerca de 20 por cento. Até terça-feira, o Ibovespa acumulava valorização de 7 por cento em outubro.

"A eleição ficou um pouco de lado e a correlação com os mercados externos foi maior do que nos últimos dias, em meio a um aumento da aversão a risco global percebida principalmente nos Treasuries", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.

Os preços dos títulos de 30 anos do Tesouro dos Estados Unidos alcançaram a máxima em quase dois anos, enquanto o índice acionário europeu FTSEurofirst 300 teve a maior queda em quase três anos e o norte-americano S&P 500 chegou a cair mais de 2 por cento na mínima.

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Apreensões com o crescimento global, após novos dados decepcionantes nos EUA e números de inflação na China, bem como temores sobre os efeitos da epidemia do Ebola sustentaram a correção negativa nos mercados.

Do front político, o mercado ficou na expectativa de divulgação de levantamentos Ibope e Datafolha nesta noite. O primeiro debate na TV entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), na noite de terça, não produziu grande efeito no rumo das negociações no mercado acionário.

Depois do fechamento do mercado, pesquisa Datafolha mostrou estabilidade na corrida presidencial, com o candidato de oposição Aécio Neves (PSDB) mantendo 51 por cento dos votos válidos, e a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, com os mesmos 49 por cento registrado em levantamento anterior.

Empresas

No noticiário corporativo, destaque para as declarações do presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, que afirmou na terça-feira, após o fechamento dos mercados, que a TIM Participações tem todos os recursos de que precisará para investir em suas redes de telecomunicações e que a empresa não está à venda. As ações da operadora de telefonia brasileira fecharam em queda de 1,3 por cento.

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A Embraer informou nesta manhã que entregou 19 jatos comerciais e 15 executivos no terceiro trimestre de 2014 e que sua carteira de pedidos (backlog) atingiu em setembro patamar recorde de 22,1 bilhões de dólares. Mesmo assim, suas ações fecharam em queda de 2,44 por cento.

A ação da Cielo caiu mais de 2 por cento nesta quarta-feira, depois do recuo de 6,3 por cento na véspera motivado pela decisão em primeira instância da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que proibiu a companhia de usar a marca em uma disputa com o nadador Cesar Cielo. A empresa de meios de pagamento disse nesta quarta-feira que a decisão "poderá ser integralmente revertida em um reexame pelo Tribunal Regional Federal competente".

O dólar em alta ajudou as ações da Fibria, que tem a maior parte de sua receita com exportações de celulose, a fecharem em alta de 1,5 por cento, destoando da tendência geral da bolsa paulista.

A moeda acelerou os ganhos no final do pregão após o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmar à Reuters que programa do BC de intervenção diária no câmbio será interrompido imediatamente e seu estoque "desmontado ao longo do tempo" se o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, vencer as eleições.

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