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Bradesco (BBDC4): recuperação será longa e lenta, diz BTG

20 jan 2025 - 11h47
Bradesco (BBDC4)
Bradesco (BBDC4)
Foto: Suno

Em novo relatório sobre o Bradesco (BBDC4), o BTG Pactual reiterou recomendação neutra para as ações, citando um cenário desafiador para o banco, bem como uma recuperação longa e lenta pela frente.

Ainda que o banco esteja implementando mudanças significativas sob a liderança do CEO Marcelo Noronha, o BTG cita dificuldades no crescimento de lucros e na geração de capital, especialmente em um ambiente macroeconômico deteriorado.

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Depois de um crescimento robusto da carteira de crédito em 2024, impulsionado por segmentos como hipotecas e consignados, o BTG espera uma desaceleração em 2025: a estimativa é que o crescimento dos empréstimos fique entre 6% e 7%, contra cerca de 10% em 2024.

A combinação de inflação elevada, economia em desaceleração e maior risco de inadimplência torna o ambiente menos favorável para a expansão acelerada do crédito, dizem os analistas.

O ambiente de Selic elevada, combinado com uma redução no apetite por risco, também deve pressionar as receitas do Bradesco. O resultado do mercado (NII de tesouraria) projetado para 2025 foi revisado de R$8 bilhões para apenas R$500 milhões, segundo o BTG.

Em contraste, as provisões para perdas com crédito devem permanecer praticamente inalteradas, em R$35 bilhões, refletindo uma abordagem mais conservadora e um aumento na proporção de empréstimos colateralizados na carteira.

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Diante disso, a projeção de lucro líquido do Bradesco em 2025 foi reduzida para R$22 bilhões (+13% ano a ano), com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 12,9%, abaixo do consenso de mercado. Para 2026, o lucro deve subir para R$24,5 bilhões (+11%), com ROE de 13,4%.

Apesar do crescimento, o BTG destaca que a recuperação da rentabilidade será lenta, devido à combinação de baixos retornos e dificuldades na geração de capital.

Para o balanço do 4T24, a expectativa é de uma melhoria gradual na lucratividade, com lucro líquido estimado em R$5,4 bilhões (+27% ano a ano). Contudo, dizem os analistas, é provável que haja uma desaceleração no crescimento da carteira de crédito, alinhada à postura mais cautelosa do banco.

Principais desafios

Segundo o BTG Pactual, o BBDC4 enfrenta dificuldades em expandir seu capital, com impactos de ajustes de marcação a mercado e altos níveis de ativos fiscais diferidos (DTAs).

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Além disso, os investimentos em transformação digital seguem pressionando as despesas operacionais. O Bradesco planeja contratar 3.000 novos funcionários de TI, dos quais 1.000 já foram contratados.

Além disso, iniciativas como o lançamento do segmento de alta renda e reajustes salariais impactarão os números do quarto trimestre e devem manter as despesas operacionais em alta de dígitos altos em 2025, segundo os analistas.

Assim, apesar das ações do Bradesco serem negociadas a um valuation historicamente baixo (0,75x P/BV), o BTG acredita que a combinação de ROE abaixo de 13%, baixa geração de capital e alto custo de capital limita o potencial de valorização dos papéis no curto prazo. Assim, a casa tem recomendação neutra para as ações BBDC4, com preço-alvo de R$ 14.

Por volta das 11h desta segunda-feira (20), o Bradesco operava estável no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 11,58.

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