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Economia

Brasil bate recorde de abate de bovinos, frangos e suínos em 2024

Aumento da atividade no País foi acompanhado das exportações também recordes de carne, segundo o IBGE

18 mar 2025 - 10h26
(atualizado às 15h03)

RIO - As exportações recordes de proteína brasileira para o restante do mundo, aliadas a um consumo doméstico também aquecido, fizeram o abate de animais no País subir a novos picos em 2024. O número de bovinos, frangos e suínos abatidos atingiu níveis históricos no ano passado, segundo os resultados das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O fortalecimento da economia interna, melhoria das condições de emprego e renda, e a queda na taxa de desemprego que tivemos em 2024 alavancaram a demanda doméstica, contribuindo para o desempenho mais robusto do setor. A demanda internacional por carne também cresceu significativamente. O Brasil ocupa as primeiras posições no ranking de países produtores e exportadores de carne, devido ao nosso rigoroso padrão sanitário", justificou Angela Lordão, gerente da pesquisa do IBGE, em nota oficial.

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Em 2024, os produtores abateram um auge histórico de 39,27 milhões de bovinos, um aumento de 15,2% em relação a 2023, 5,17 milhões de cabeças a mais.

Estado de Mato Grosso manteve a liderança do abate de carne bovina
Estado de Mato Grosso manteve a liderança do abate de carne bovina
Foto: Frigorífico Astra/Divulgação / Estadão

Quanto aos frangos, foram abatidas 6,46 bilhões de aves, alta de 2,7% ante o ano anterior, 172,73 milhão de animais a mais, novo recorde da série histórica iniciada em 1997.

"Consumimos cerca de 65% da produção de carne de frango no País e o restante, cerca de 35% da sua produção, é enviado ao mercado externo. O Brasil, nesse caso, é o maior exportador mundial dessa proteína", disse Lordão.

A produção de ovos de galinha também avançou a um recorde de 4,67 bilhões de dúzias em 2024, alta de 10,0% em relação ao ano anterior.

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Já o abate de suínos totalizou 57,86 milhões de cabeças, aumento anual de 1,2%, 684,24 mil animais a mais, também novo ápice na série histórica desde 1997.

"Para a suinocultura, o Brasil tem aberto e ampliado mercados, como as Filipinas, reduzindo a dependência no mercado externo das importações pela China. Foi um bom ano para a suinocultura, com melhor margem para o produtor. O preço da carne subiu, e os custos com alimentação foram menores", acrescentou a gerente da pesquisa.

A aquisição de leite cru acumulada em 2024 foi de 25,38 bilhões de litros, elevação de 3,1% ante 2023, segundo melhor desempenho já registrado, atrás apenas da produção obtida em 2020. O preço médio do litro de leite adquirido em 2024 foi de R$ 2,61, um aumento de 7% se comparado ao preço médio das aquisições do ano de 2023, de R$ 2,44.

"Tivemos um ano que foi marcado por condições climáticas adversas. Houve seca severa e queimadas em partes do País, que ocasionaram queda na produção de algumas unidades da federação, além das enchentes do Rio Grande do Sul, que trouxeram prejuízos na produção. Mas, ao mesmo tempo, tivemos destaques positivos, como Minas Gerais e o Paraná. Foi o segundo ano de recuperação de aquisição de leite, após dois anos de quedas consecutivas, e a segunda maior aquisição da série histórica desde o recorde de 2020. O aumento do preço do leite também contribuiu para a rentabilidade da atividade", apontou Lordão.

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Quanto à aquisição de couro, os curtumes investigados pela pesquisa declararam ter recebido 40,08 milhões de peças inteiras de couro cru bovino, 16,8% mais do que no ano anterior.

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