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Brasil deve produzir mais açúcar com queda do petróleo, diz Raízen

9 mar 2020 - 15h43
(atualizado às 15h46)

A queda acentuada nos preços do petróleo causada pela indicação de aumento na oferta da Arábia Saudita deve acelerar o processo de mudança no mix de produção das usinas brasileiras de cana, com incremento na fabricação de açúcar ao invés de etanol, disse nesta segunda-feira Ricardo Mussa, que assumirá a presidência da Raízen a partir de abril.

Usina para produção de açúcar em Sertãozinho (SP) 
08/09/2005
REUTERS/Paulo Whitaker
Usina para produção de açúcar em Sertãozinho (SP) 08/09/2005 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Com base em estimativas preliminares, Mussa afirmou esperar que o processamento de açúcar cresça entre 3 milhões e 6 milhões de toneladas no Brasil durante a safra 2020/21, que tem início em abril.

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A produção de açúcar do Brasil na safra anterior somou 30,1 milhões de toneladas, segundo dados do governo brasileiro, com o país destinando cerca de 35% da safra de cana para a produção do adoçante.

"(Na empresa) já havia a intenção de elevar a produção de açúcar neste ano, e o recuo do petróleo acelera esse direcionamento (das usinas)", disse Mussa a jornalistas, após participar de evento com investidores em São Paulo promovido pela Cosan, que divide o controle da Raízen com a Shell.

A Raízen é uma das líderes globais na produção de açúcar e também em etanol de cana.

O presidente da Cosan, Marcos Lutz, acrescentou que não haverá uma mudança estrutural na companhia no novo cenário de preços.

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Ele disse ainda que o grupo teve um importante ganho de eficiência devido à valorização do dólar, que aumenta a atratividade das exportações.

A recente valorização da moeda norte-americana fez com que os preços do açúcar, em reais, atingissem um patamar "muito bom", completou Mussa.

O dólar tem sido impulsionado, entre outros fatores, pelo surto do novo coronavírus no mundo. Nesta segunda-feira, chegou a operar em máxima histórica de 4,7931 reais, em meio a um movimento global de aversão a risco e o recuo expressivo do petróleo.

Já o percentual de cana-de-açúcar que será destinado para o processamento de etanol tende a ser sustentado pela demanda interna do biocombustível, segundo o executivo.

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