O Brasil deverá exportar um volume maior de petróleo do que importará em 2014, afirmou nesta terça-feira a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, durante seminário da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo ela, o País terá um "fluxo positivo de óleo cru" neste ano, após um período de fracas exportações e importações crescentes da commodity, que têm afetado a balança comercial do País, assim como as contas da Petrobras.
Em 2013, o Brasil passou a ser deficitário na balança comercial de petróleo, tendo importado US$ 16,3 bilhões e exportado US$ 13 bilhões, segundo dados do governo. Em 2012 o País foi superavitário. Magda não quis quantificar de quanto poderia ser o superávit neste ano.
A Petrobras prevê elevar a produção em 7,5% neste ano, após dois anos de queda na extração, o que deve favorecer a balança, além dos negócios da estatal.
Importações crescentes de petróleo e combustíveis têm afetado as contas da Petrobras porque a companhia vende no Brasil o produto a valores inferiores aos de compra no mercado externo, diante do controle de preços exercido pelo governo, o sócio majoritário da empresa.
Gás
Magda também afirmou que, nos próximos dez anos, a produção de gás natural no Brasil em terra ainda será prioritariamente convencional.
"Não é possível replicar com a mesma velocidade o modelo dos Estados Unidos para a exploração do shale gas", disse ela, referindo-se ao boom energético do gás não convencional norte-americano. Ela acrescentou que, diferentemente dos EUA, o Brasil ainda não explorou profundamente seu potencial de produção do gás convencional.
Um primeiro leilão de áreas de exploração, com maior foco em gás não convencional, foi realizado no final do ano passado pela ANP.