O Brasil teve perda líquida de 118.776 vagas formais de trabalho em março, no pior dado para o mês desde o início da série histórica, em 1992, alcançado em meio à contínua deterioração do mercado de trabalho.
No primeiro trimestre do ano, foram encerradas 319.150 vagas pela série ajustada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira. No acumulado de 12 meses, a redução foi de 1,853 milhão de postos no país, também pela série com ajustes.
Pesquisa da Reuters junto a analistas apontava expectativa de perda de 90 mil empregos no mês, de acordo com a mediana das expectativas.
A diminuição tem como pano de fundo o cenário de profunda retração econômica, com a crise política também contribuindo para minar a confiança de empresas e famílias, afetando decisões de investimento.
Em março, houve fechamento de vagas em sete de oito setores pesquisados, num movimento encabeçado pelo comércio (-41.978), indústria da transformação (-24.856), construção civil (-24.184 ) e serviços (-18.654).
A administração pública foi a única exceção, encerrando o mês com saldo positivo, mas modesto, de 4.335 postos.
Num outro retrato da fraqueza do mercado de trabalho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira que a taxa de desemprego atingiu 10,2 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, pela primeira vez em dois dígitos e renovando a máxima histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios iniciada em 2012.