O Brasil fechou 30.283 vagas formais de trabalho em outubro, primeiro resultado negativo para esses meses na série histórica iniciada em 1999, em função de demissão maciça de trabalhadores na indústria, construção civil, na agricultura e menor contratação no comércio e serviços.
Em setembro, haviam sido criados 123.785 postos com carteira assinada, sem ajustes.
Pesquisa da Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 56 mil empregos.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira, no acumulado de janeiro a outubro a economia brasileira gerou 699.841 empregos com carteira assinada no dado sem ajuste. Em igual período do ano passado, essa oferta de vagas havia sido de 1,133 milhão.
Economia fraca
Os dados de outubro mostraram demissão líquida em importantes setores, enquanto em outros segmentos relevantes desaceleraram fortemente as contratações.
Conforme os dados do Caged, a indústria voltou a registrar desligamentos líquidos em outubro, mostrando a demissão de 11.849 trabalhadores. Em igual mês de 2013, o setor havia tido contratação líquida de 33.474 pessoas.
Na construção civil, o saldo líquido de demissões foi ainda maior: 33.556 operários. Em outubro do ano passado, o setor havia registrado desligamento líquido de 2.152.
A agricultura teve dispensa líquida de 19.624 trabalhadores rurais, quinto mês consecutivo negativo. Em outubro de 2013 essas demissões haviam sido de 22.734.
Comércio e serviços, apesar de se manterem em território positivo, desaceleraram fortemente as contratações.
As empresas de Serviços mostraram contratação líquida de apenas 2.433 pessoas no mês passado ante 32.071 em outubro do ano passado.
No comércio, as admissões foram de 32.771, com queda de 63% em relação a 52.178 trabalhadores contratados no passado.
Os dados mostram o forte impacto da economia fraca na oferta de empregos em outubro, tradicionalmente um mês de oferta de emprego elevada.
Pesquisa Focus do Banco Central com economistas de instituições financeiras mostra que, pela mediana, as expectativas são de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 0,20% este ano, bem abaixo dos 2,5% vistos em 2013.
No segundo trimestre, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados pelo IBGE. No primeiro trimestre do ano, o indicador havia ficado em 7,1%. Já no segundo trimestre do ano passado, o índice havia sido de 7,4%.
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