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Brasil precisa investir US$ 1,3 trilhão para chegar à neutralidade das emissões de carbono

Segundo levantamento, investimentos seriam necessários para garantir capacidade necessária para a eletrificação de setores de uso final, como transportes, construção e industrial

24 set 2024 - 11h11

O Brasil precisará investir mais de US$ 1,3 trilhão entre 2024 e 2050 para alcançar a neutralidade nas emissões de carbono, incluindo cerca de US$ 500 bilhões diretamente em energias renováveis e outros US$ 500 bilhões em redes elétricas. É o que aponta um relatório da BloombergNEF (BNEF) sobre a transição energética brasileira.

O montante inclui também investimentos relacionados à cadeia do hidrogênio, armazenamento de energia e projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês). Segundo o levantamento, tais investimentos seriam necessários para garantir a capacidade necessária para a eletrificação de setores de uso final, como transportes, construção e industrial.

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Segundo a BNEF, a eletrificação desempenha um papel importante na trajetória de descarbonização do Brasil, representando 53% das emissões evitadas entre hoje e 2050, em comparação com um cenário sem transição no qual não há nenhuma ação adicional de descarbonização.

Emissões relacionadas à energia no Brasil precisam cair 14% até 2030 ante os níveis de 2023 e despencar 70% até 2040, para que estejam alinhadas ao Cenário Net Zero, segundo o relatório
Emissões relacionadas à energia no Brasil precisam cair 14% até 2030 ante os níveis de 2023 e despencar 70% até 2040, para que estejam alinhadas ao Cenário Net Zero, segundo o relatório
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

Segundo o relatório, as emissões relacionadas à energia no Brasil precisam cair 14% até 2030 ante os níveis de 2023 e despencar 70% até 2040, para que estejam alinhadas ao Cenário Net Zero, de zero emissões líquidas de carbono até 2050, mantendo o aquecimento global bem abaixo de 2 ºC.

Para a head global de transições energéticas da BNEF, a brasileira Luiza Demoro, o Brasil está posicionado de forma única para ajudar a impulsionar os esforços globais de descarbonização, seja por sua posição na presidência do G20 neste ano e por sediar a COP-30 em 2025, seja por seus recursos naturais abundantes.

"No entanto, para aproveitar essa oportunidade e desbloquear os fluxos de capital em escala, o Brasil precisa desenvolver, aprovar e implementar com urgência políticas e regulamentações robustas, ao mesmo tempo em que aborda as barreiras do mercado", diz.

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A BNEF cita que o Brasil aprovou em agosto uma lei de hidrogênio verde, o que pode colaborar para que o País produza o hidrogênio verde mais barato do mundo. Mas indica que o País também poderia avançar na criação de compensações de carbono naturais para até 30,5 gigatoneladas de CO2 equivalente. "A dominância da oferta do Brasil significa que qualquer mudança nos fundamentos do País poderia ter ramificações na demanda global e nos preços dos créditos de carbono", diz.

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