Cerca de 87 milhões de reais enviados pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco para contas na Suíça, pela empresa de sondas SBM, foram repatriados para o Brasil, informou o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro nesta quinta-feira.
De acordo com o procuradores do Rio de Janeiro, que cuidam do caso envolvendo propina paga pela fornecedora de sondas holandesa SBM e não das investigações da Operação Lava Jato, os recursos foram recebidos como propina por Barusco entre 1999 e 2012.
Siga o Terra Notícias no Twitter
O órgão informou que o valor repatriado já está depositado em uma conta bancária da Caixa Ecônomica Federal e à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
"A gente vai pedir a Justiça Federal do Rio de Janeiro para intimar a Petrobras sobre esse valor e, certamente, a empresa terá o interesse de recuperar esse valor", disse à Reuters o procurador federal Renato Silva de Oliveira.
A companhia de plataformas, que já manifestou culpa no processo, celebrou em meados de março com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) memorando de entendimentos que pode levar a um acordo de leniência relativo ao pagamento de propina para funcionários da Petrobras.
A Petrobras afirmou anteriormente que esperava receber parte dos recursos desviados em maio.
"Em princípio, os valores referentes ao Pedro Barusco foram recuperados por nós e pela Justiça do Paraná num total de 97 milhões de dólares (incluindo recursos de corrupção investigados pela Lava Jato)", acrescentou ele.
O dinheiro já tinha sido bloqueado pelo Ministério Público da Suíça, que atendeu a um pedido dos procuradores para que a verba retornasse ao Brasil.
"A medida alcançada é fundamental no combate a crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro", declarou o MPF em nota.
Pedro Barusco exerceu cargos de gerência na Diretoria de Exploração e Produção de 1995 a 2003, quando assumiu o cargo de gerente-executivo de engenharia na Diretoria de Serviços da Petrobras.
O MPF-RJ realiza outras investigações de supostos malfeitos que possam ter sido cometidos por outros funcionários da estatal e por empresas que tinham negócios com a petroleira.
A expectativa da procuradoria é, no futuro, poder repatriar mais recursos. A Suíça congelou, ao todo, 400 milhões de dólares em função das investigações envolvendo o escândalo da Petrobras.
"Acreditamos na possibilidade de recuperação de outros valores, a investigação não terminou e podemos recuperar mais recursos", declarou o procurador.
"A recuperação dos recursos do Pedro Barusco foi acelerada por conta da colaboração do Barusco, mas normalmente a repatriação é demorada", comentou o procurador Oliveira, referindo-se ao processo de delação premiada do ex-executivo.