A agricultura de precisão é o mercado mais promissor da aviação não tripulada, aponta relatório da Associação Internacional para Veículos Não Tripulados (AUVSI, na sigla em inglês), divulgado em março deste ano. A estimativa é de que o crescimento da aplicação dos aeromodelos no campo nos próximos anos seja dez vezes maior do que aquela destinada à segurança pública.
No Brasil, a Geo Agri Tecnologia Agrícola aposta no Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) como uma solução eficaz para o controle das lavouras. Atualmente, a empresa oferece dois modelos do veículo que podem ser utilizados na agricultura, ambos com funcionamento via GPS, informa o gerente da companhia, Rodrigo Tamani.
O Gatewing X100 permite a tomada de fotos de alta resolução de forma rápida. Com sensor de movimentos embarcado, o aeromodelo realiza voos de forma totalmente automática, do lançamento ao pouso.
Um computador para controle e monitoramento em terra acompanha o modelo. Com o software, pode-se configurar previamente o plano de voo, da sobreposição das fotos, bem como o local e direção de decolagem e pouso. Também é possível monitorar a velocidade do vento, altitude, carga da bateria, posição dentro do plano de voo e velocidade relativa.
Já o Swinglet CAM tem, em seu sistema de navegação, sensores e receptor GPS. Possui uma câmera de 12 MP, autonomia de voo de até 30 minutos e velocidade de cruzeiro de até 36 km/h.
De tecnologia suíça, os VANTs possibilitam o gerenciamento da cultura a partir do mapeamento de falhas que o equipamento detecta. Com não mais do que um metro de comprimento, o aeromodelo é feito de um isopor de alta resistência, é movido à bateria e pode atingir até 750 metros de altura, mapeando cerca de 300 hectares a cada meia hora de voo. Seu valor médio está estimado em R$ 70 mil.
Aplicações
Entre as aplicações dos aviões não tripulados, está o estudo de ocupação de terra e áreas de expansão, verificação de áreas de preservação permanente e reserva legal, avaliação de culturas e falhas de plantios. Com o registro imediato das imagens das áreas, o produtor tem maior facilidade na tomada de decisão no agronegócio.
Conforme a AUVSI, são dois os principais segmentos do mercado agrícola explorados pela tecnologia: sensoriamento remoto (digitalizando plantas para detecção de problemas de saúde, taxas de crescimento e hidratação) e aplicação de pesticidas ou de nutrientes necessários, economizando dinheiro e reduzindo o impacto ambiental.
Propriedades norte-americanas já utilizam a tecnologia para pulverização, mitigação de doenças, monitoramento de parasitas e da umidade, rastreamento do gado e do surto de doenças, manejo da adubação, estimativa de rendimento da cultura, acompanhamento da infestação de ervas daninhas, controle de estoque e organização da colheita.