O Brasil atingiu a marca de 39,286 milhões de trabalhadores na informalidade no segundo trimestre de 2022 de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). O número é recorde desde que o IBGE começou a agregar essas informações, no quarto trimestre de 2015.
Na comparação com o primeiro trimestre, 1,084 milhão de trabalhadores passaram a atuar na informalidade.
No entanto, a criação de empregos no país tem sido menos puxada pelo trabalho informal. Do total de 2,994 milhões de vagas criadas no segundo trimestre, 32,6% são informais.
No mesmo período do ano passado, foram 3,524 milhões a mais de ocupações tidas como informais.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, ao longo da retomada após a economia ser atingida em cheio pela pandemia de covid-19, as vagas informais chegaram a responder por "quase 80%" da expansão total da ocupação.
"Embora a informalidade continue em expansão, o fato de termos as vagas com carteira de trabalho aumentando e, nesse segundo trimestre, uma contribuição bastante específica do setor público, faz com que, relativamente, a informalidade perca um pouco de espaço no processo da expansão da população ocupada", afirmou Beringuy.
Tanto que, apesar do recorde em termos de contingente, a taxa de informalidade ficou em 40,0% do total da população ocupada no segundo trimestre, abaixo dos 40,1% dos três primeiros meses deste ano, e igual à verificada no segundo trimestre de 2021.
Entre os informais, mais uma vez, o destaque foram os trabalhadores por conta própria - normalmente, esses empregados trabalham na informalidade.
No segundo trimestre, 25,714 milhões pessoas ocupavam vagas do tipo no País. Na comparação com o primeiro trimestre, o número de ocupados por conta própria cresceu em 431 mil pessoas, avanço de 1,7%. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, são 1,071 milhão de trabalhadores por conta própria a mais, alta de 4,3%.
Emprego com carteira assinada
Já o total de trabalhadores com carteira assinada ficou em 35,782 milhões de pessoas no segundo trimestre, segundo o IBGE.
A variação da população ocupada nessas condições aponta para a criação de 908 mil vagas no setor privado com carteira em um trimestre, avanço de 2,6% ante o primeiro trimestre. Na comparação com um ano antes, são 3,685 milhões de trabalhadores com carteira assinada a mais, alta de 11,5%.
Os dados são diferentes, tanto em termos de metodologia quanto de período de referência, das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo de responsabilidade do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em junho, o Caged registrou a geração de 277.944 vagas com carteira assinada, conforme os dados divulgados na quinta-feira, 28. Com isso, o primeiro semestre terminou com um saldo líquido de 1,3 milhão de postos de trabalho formal, nos registros do Caged.