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Brasileiras estão mais longe de cargos de comando em empresas

Quando observadas as 50 posições de gerência nas companhias no País, apenas 15,4% destas funções são ocupadas por mulheres

8 mar 2014 - 08h37
(atualizado às 16h08)
<p>Mariana Freitas, única mulher na equipe agronômica da Bayer no Paraná</p>
Mariana Freitas, única mulher na equipe agronômica da Bayer no Paraná
Foto: Divulgação

Ao menos as executivas brasileiras têm um motivo para não comemorar tanto o Dia Internacional da Mulher neste sábado. Segundo levantamento realizado pela Top Employers Institute, elas estão mais longe dos cargos gerenciais em comparação com a média mundial.

De acordo com a empresa que analisa e certifica políticas de recursos humanos, no Brasil, apenas 27,9% dos funcionários de grandes corporações são mulheres, ante um índice global de 37,9%. Quando observadas as 50 posições de gerência nas companhias no País, apenas 15,4% destas funções são ocupadas por mulheres, no restante do globo a média é de 22,1%. Grupos como Coca Cola Femsa, Danone, Deloitte, Souza Cruz e Valeo participaram da pesquisa. 

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A responsável pelo Top Employers Brasil, Fabiane Panaro, explica que a cultura local é o aspecto que mais dificulta o sucesso feminino nas organizações, situação que vem mudando em marcha lenta. "Nem sempre a possibilidade de uma posição melhor está aliada a flexibilidade por parte da empresa. No caso da mulher que coloca o trabalho e a vida pessoal no mesmo nível, pode faltar equílibrio", afirma. Para Fabiane, não fosse esse aspecto da flexibilidade nas empresas, mais líderes mulheres seriam vistas no Brasil.

No entanto, na interpretação do coordenador dos cursos de liderança da HSM Educação, Gilberto Guimarães, muito já foi conquistado para quem entrou na disputa por uma carreira muito depois dos homens. "Hoje mais de 60% dos cursos superiores e de MBA nos Estados Unidos e no Brasil são compostos por mulheres, elas também possuem as melhores médias acadêmicas", afirma

Para ele, as mulheres têm enfrentado com sucesso a mudança da estrutura familiar, que antes as reduzia apenas aos afezeres domésticos e aos cuidados dos filhos. 

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A engenheira agronômica da Bayer Mariana Freitas, que o diga. Aos 17 anos, a jovem deixou a casa dos pais na capital paulista com destino ao interior em busca de uma carreira predominantemente masculina. Ela foi cursar Agronomia no campus de Piracicaba da Universidade de São Paulo (USP).

Após concluir o curso, Mariana passou no primeiro programa de promotores de vendas para recém-formados realizado pela companhia em 2011. Ela é a única mulher do time de nove agrônomos da paranaense São Miguel do Iguaçu, cidade com menos de 25 mil habitantes. Neste início de ano, ela foi promovida a representante técnica de vendas.

"No começo era mais complicado, pois tinha que ganhar a confiança dos produtores e distribuidores com quem eu lidava por ser mulher e, principalmente, por ser muito nova, eu tinha 22 anos", detalha. Mesmo tendo conquistado seu espaço em pouco tempo, a engenheira conta que no campo o perfil de muitas pessoas ainda é conservador, o que faz de sua luta por respeito diária. 

No exterior, famosos exemplos de sucesso de profissionais que ilustram a nova realidade feminina é o da engenheira Marissa Mayer, que foi contratada como presidente do Yahoo! com seis meses de gravidez, e da executiva Ursula Bums, primeira mulher negra a comandar a empresa Xerox nos EUA. 

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Nos cálculos da consultoria Grant Thornton, na Rússia as mulheres ocupam  43% dos cargos sêniors de gestão, seguida pela Indonésia (41%) e Filipinas (40%). A menores proporções foram identificadas no Japão (9%) e Holanda (10%). Na divisão por setores, educação e serviço social lideram entre as áreas dominadas pelas executivas (51%), seguida dos segmentos de hospitalidade (37%) e serviços financeiros (29%).

Confira a lista com as áreas em que as mulheres mais se destacam segundo a Grant Thornton:

SETOR  PARTICIPAÇÃO
Diretoria de Recursos Humanos 25%
Chefia de Finanças 23%
Direção Executiva 12%
Diretoria de Marketing 11%
Controladoria 8%
Diretoria de Vendas 7%
Chefia Operacional 7%
Sociedade/Parceria 4%
Chefia de Tecnologia da Informação 3%

Fonte: Terra
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