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Brasileiro tem R$ 433 mil de prejuízo após invasões de casa em Portugal

Advogado acredita que caiu em um golpe ao comprar o imóvel invadido em quatro oportunidades

15 jul 2022 - 15h21
(atualizado às 19h25)
Imóvel de brasileiro foi invadido quatro vezes
Imóvel de brasileiro foi invadido quatro vezes
Foto: Arquivo pessoal/Anselmo Costa

Um advogado brasileiro teve sua casa invadida em Viseu, no centro de Portugal, por quatro vezes. De acordo com o blog Portugal Giro, Anselmo Costa teve R$ 433 mil em prejuízos. Ele deixou o imóvel por medo de ser vítima de golpe e xenofobia, e alegou que o caso foi tratado com descaso pelas autoridades. 

 A última invasão aconteceu um dia antes da véspera de Natal de 2021, quando a casa estava vazia, já que ele vive parte do ano no Brasil. No local, há alarme e câmeras de monitoramento, que flagraram dois momentos em que os criminosos entraram no local. Ele desconfia que sabiam que não havia ninguém no local. 

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“Nas duas primeiras, não tínhamos sistema de vigilância. Na terceira, a câmera filmou o invasor com uma faca na mão, justamente após termos falado para a proprietária que tínhamos dinheiro conosco. Roubaram armários de quarto, geladeira, sofá e microondas”, afirmou ao blog. 

O imóvel foi comprado há dois anos “por meio de uma escritura de promessa de compra e venda”. Costa acredita ter caído em um golpe, pois identificou que os suspeitos da quarta invasão são ligados à proprietária

“Temos uma escritura de promessa de compra e venda, tínhamos a posse [...] Pagamos € 30 mil (cerca de R$ 163 mil) direto para a vendedora e mais € 50 mil (aproximadamente R$ 272 mil) de obras e remodelação. Na quarta invasão, foram todos os que tratavam da casa conosco a abrir e trocar as fechaduras sem ordem judicial”, relatou. 

Segundo o advogado, dentro do imóvel ficaram armários, camas de casal e solteiro, roupas, câmera fotográfica, fogão embutido, armários de cozinha, mesas de cozinha, de escritório e quadros, fotos, brinquedos das minhas filhas e bicicletas. “Um golpe baseado na nossa fragilidade por sermos imigrantes brasileiros”, afirmou. 

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Na ocorrência policial, Costa afirmou que uma das pessoas identificadas teria dito que entrou no imóvel seguindo orientação do seu advogado. Ele deixou a casa, devido ao medo e passou a viver em Lisboa.

“Depois que arrombaram e trocaram as chaves, me senti ameaçado por eles e não voltei mais. Mesmo com todas as denúncias, perdi a casa. O sentimento é o de derrota. Ficaram até então com tudo nosso que estava dentro do imóvel justamente por sermos brasileiros. Soube que já venderam a casa para uma pessoa que estava querendo comprar de nós. Ou seja, arrombaram e ainda receberam duas vezes”, disse o advogado.

Ele ainda afirma que o caso foi tratado com descaso pelas autoridades de Portugal, que disseram que não tinha como fazer ocorrência. Além disso, foi informado que, como advogado brasileiro, ele não poderia ter acesso às ocorrências em curso, já que os sistemas do país e do Brasil são diferentes. 

“Quando questionei se outras casas foram invadidas e roubadas na região, a resposta foi que não. Muitas casas na região estão fechadas porque os donos portugueses vivem fora do país. A verdade é que ainda não há punição real nesses casos e nada acontece em favor dos brasileiros”, disse Costa. 

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Na tentativa de reaver o imóvel, o advogado levou o caso à Justiça. Segundo ele, na videoconferência com a juíza portuguesa, foi tratado com ignorância. Ele recebeu perguntas ríspidas, concentradas no fato de viver em Portugal, deixando de lado a invasão. Mesmo com pouca esperança de recuperar o dinheiro e o imóvel,  Costa afirmou que vai recorrer.

Fonte: Redação Terra
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