O trabalhador brasileiro sentiu no bolso o aumento dos preços da carne bovina e de frango nos supermercados, por isso, tem usado o benefício-refeição para consumir mais proteínas nos restaurantes.
Esse é o resultado da nova pesquisa da Associação Brasileira de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que aponta que nos últimos seis meses o consumo geral de proteínas animais foi o que mais cresceu no horário do almoço nos restaurantes se comparados a outros itens que compões uma refeição.
“Fica claro para nós que o trabalhador está usando o benefício para se alimentar com mais qualidade e variedade”, diz Jessica Srour, diretora-executiva da ABBT.
Come no restaurante o que come pouco em casa
Para esse estudo, foram ouvidos proprietários de 4.487 restaurantes, divididos entre as cinco regiões brasileiras entre fevereiro e abril deste ano. O estudo da ABBT, feito em parceria com a Mosaiclab, aponta que até abril, no acumulado de seis meses, a inflação da alimentação no domicílio no Brasil já alcançava a casa dos 10%, pressionada pelos preços das proteínas animais – carnes, pescados, aves e ovos – nos supermercados.
“Os sucessivos aumentos do gás de cozinha e dos alimentos levaram o trabalhador a usar o benefício-refeição para consumir no almoço aqueles produtos que estavam mais caros no supermercado, como a carne vermelha”, pondera Jessica.
Vale lembrar que o setor dos restaurantes foi um dos que mais sofreu com as restrições oriu87ndas da pandemia e ainda está em fase de recuperação. E esse é um setor que tem sofrido muito para tentar manter os preços sem grandes aumentos ― reduzindo inclusive suas margens de lucro.
“Dessa maneira, o trabalhador e sua família puderam se alimentar bem fora de casa, com proteínas, sem pressionar o orçamento doméstico”, acrescenta a especialista.