Os gastos de brasileiros no exterior chegaram a US$ 1,915 bilhão, em fevereiro, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira. Esse é o maior resultado para meses de fevereiro já registrado pelo BC, superando os gastos do mesmo período de 2013 (US$ 1,862 bilhão).
Nos dois primeiros meses deste ano, essas despesas somam US$ 4,036 bilhões, com redução em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 4,162 bilhões).
Já as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 591 milhões, em fevereiro deste ano, contra US$ 624 milhões, em igual período de 2013. De janeiro a fevereiro, as receitas ficaram em US$ 1,234 bilhão, ante US$ 1,321 bilhão nos dois primeiros meses do ano passado.
Com os resultados dos gastos de brasileiros e as receitas de estrangeiros, a conta de viagens internacionais fechou o primeiro bimestre negativa em US$ 2,802 bilhões, contra US$ 2,841 bilhões em igual período do ano passado. A previsão do BC é que o déficit na conta de viagens fique em US$ 18,5 bilhões neste ano, ante a previsão anterior de US$ 19 bilhões.
Diminuição moderada
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, considera que há sinais de diminuição, mas ainda moderados nos gastos de brasileiros no exterior. Nos dois primeiros meses deste ano, essas despesas somam US$ 4,036 bilhões, com redução de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 4,162 bilhões). De acordo com Maciel, se for considerada a média diária de gastos, há uma queda de 6% no bimestre.
O motivo para essa moderação, segundo Maciel, é a alta do dólar, que estava em R$ 2,03, na média de janeiro e R$ 1,97 em fevereiro do ano passado. A média da cotação do dólar no primeiro bimestre deste ano ficou em R$ 2,38.
Segundo Maciel, os gastos no exterior já chegaram a crescer 20% na comparação entre os anos. “Esse crescimento era bastante consistente. Da metade do ano (passado) pra cá, a dinâmica mudou”, disse. Maciel ponderou, entretanto, a aumento da renda dos brasileiros contribui para os gastos no exterior, mesmo com a alta do dólar.