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BRF defende padrões mais rígidos de inspeção de alimentos

30 ago 2017 - 17h13
(atualizado às 18h58)

A BRF, maior exportadora global de carne de frango, acredita que padrões rigorosos de inspeção ajudam a abrir novos mercados para a carne brasileira, disse um executivo da companhia nesta quarta-feira, comentando sobre os efeitos de uma recente e temporária suspensão a exportações de carnes do país em meio a uma crise na fiscalização.

Logo da processadora de carnes BRF em Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso, Brasil
27/07/2017
REUTERS/Nacho Doce
Logo da processadora de carnes BRF em Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso, Brasil 27/07/2017 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

A investigação Carne Fraca revelou que inspetores recebiam propina para ignorar falhas na observação dos padrões de qualidade. A polícia acusou mais de cem pessoas de aceitar dinheiro para permitir a venda de produtos fora dos padrões ou estragados, falsificar documentos de exportação ou falhar em inspecionar as plantas de processamento.

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"Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil", disse o vice-presidente da BRF no Brasil, Alexandre Almeida, durante conferência da indústria.

"Quanto mais rigoroso, melhor," disse ele em relação às inspeções.

A BRF tem investido fortemente para reduzir a presença de salmonela nas fábricas, por exemplo, permitindo à companhia melhor atender os clientes nos mercados estrangeiros ao passo que os padrões de qualidade melhoram, disse Almeida.

A companhia opera mais de 50 plantas e 45 centros de distribuição mundialmente e produz mais de 4 milhões de toneladas de alimentos em um ano.

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Os comentários de Almeida ocorrem na sequência de uma série de investigações sobre suposta corrupção envolvendo autoridades de inspeção alimentar do Ministério da Agricultura, processadoras e companhias de laticínios.

As ações da BRF operavam em queda de quase 2 por cento a 41,88 reais no fim da tarde, ampliando a queda no acumulado do ano para 13 por cento.

Há alguns meses, a polícia abriu duas investigações separadas sobre se certas companhias alimentícias haviam recebido indevidamente tratamentos favoráveis do ministério, a mais recente investigação focada no setor agrícola. Mais cedo na quarta-feira, a Polícia Federal disse que estava ampliando a investigação.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse na mesma conferência, na terça-feira, que o governo está reestruturando os sistemas de controle de qualidade e de fiscalização do país, prometendo que mais detalhes sobre as mudanças serão anunciados em breve.

Ainda segundo Almeida, a BRF avalia que a internacionalização é o melhor caminho para a expansão dos negócios, ao mesmo tempo em que acredita que a elevada carga tributária do Brasil dificulta a competitividade global da empresa.

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