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BTG Pactual vê resultado crescendo em 2025 e diz que ajuste fiscal "beneficiaria muito"

12 nov 2024 - 13h09
(atualizado às 16h02)

As units do BTG Pactual rondavam a estabilidade na tarde desta terça-feira, mesmo após o maior banco de investimentos do país divulgar lucro líquido recorde no terceiro trimestre e com o presidente-executivo, Roberto Sallouti, apontando continuidade no crescimento em 2025.

"Eu acredito que podemos continuar a ver alguma expansão no próximo ano", afirmou o CEO, destacando que o banco se beneficia mesmo em um ambiente de taxas mais altas em razão do efeito de juros sobre o capital, embora possa enfrentar mais dificuldade em algumas franquias.

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"E se formos capazes de fazer o ajuste fiscal que precisamos fazer no Brasil e os mercados reprecificarem um cenário melhor, acho que isso beneficiaria muito nossos negócios", acrescentou em teleconferência com analistas sobre o balanço.

No terceiro trimestre, o BTG teve um lucro líquido ajustado de 3,2 bilhões de reais, expansão de 17% ano a ano, acumulando em 2024 um lucro de 9 bilhões de reais, expansão de 19,5%. As receitas totais somaram 6,4 bilhões de reais e o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) anualizado avançou para 23,5%.

Por volta de 15:30, as units do BTG mostravam estabilidade, a 33,60 reais, depois de terem avançado 2% no começo do pregão, na máxima do dia, e caído 2,5% no pior momento. Na véspera, os papéis tinham fechado com alta de mais de 3%.

Analistas avaliaram que o banco reportou um resultado robusto, apesar do cenário desafiador.

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"No geral, o BTG apresentou outro trimestre forte com crescimento sólido da receita e ROE expandindo 100 bps em relação ao trimestre anterior para 23,5%", destacou a equipe do Goldman Sachs liderada por Tito Labarta, conforme relatório enviado a clientes.

Na visão de analistas do Itaú capitaneados por Pedro Leduc, o fato de o BTG mencionar que os resultados são totalmente recorrentes e fruto de ganhos de participação de mercado torna o banco "um outlier positivo nesta temporada com condições comerciais mais difíceis".

"Mais um trimestre sólido do BTG, entregando ROE forte em meio a um ambiente desafiador", reforçaram analistas do Citi liderados por Gabriel Gusan.

O BTG também anunciou um programa de recompra de units de até 2 bilhões de reais, com prazo de 18 meses.

RECEITAS SÓLIDAS

Houve expansão em praticamente todas as linhas de receitas do balanço, com uma das exceções sendo a divisão de investment banking, com queda de 36% ano a ano e de 32% na comparação trimestral, afetada pelo forte desempenho de receitas com operações no mercado de crédito (DCM) nos trimestres anteriores.

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De acordo com o CFO do BTG, Renato Cohn, apesar de menor, o resultado teve uma sólida contribuição das atividades de fusões e aquisições (M&A). "E nós esperamos que isso continuará a dar uma boa contribuição para nossa receita de investment banking", acrescentou na teleconferência.

Em entrevista a jornalistas, ele acrescentou que espera um desempenho melhor em DCM no quarto trimestre. "Ainda tem muita água para rolar, mas achamos que vai ser um pouco melhor, nós estamos vendo um pouco mais de atividade", afirmou Cohn.

Em relação a operações no mercado de ações, o executivo disse que há várias empresas que estão prontas para ir ao mercado, mas que houve uma deterioração das condições econômicas, visível principalmente na curva de juros e na taxa de câmbio, que afetou o sentimento do mercado.

"Todo mundo adiou aquela expectativa de que nós voltaríamos a ter um ambiente propício para novas operações no mercado acionário. Tem sempre uma ou outra, mas acho que grande volume dificilmente vai ter no curto prazo", avaliou.

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"Pode ser que as coisas melhorem, tem um pacote (fiscal) para sair, então pode ser que as coisas melhorem um pouco na visão do mercado, pode ser que 2025 seja um pouco melhor e de repente o assunto volta à pauta. Mas, por enquanto, acho que a incerteza permanece."

Em asset management, onde o banco apurou receita recorde de 606,4 milhões de reais na divisão no terceiro trimestre, alta de 30% em relação ao mesmo período do ano passado e de 11% frente ao segundo trimestre, com captação de 30,6 bilhões de reais, Sallouti afirmou que o BTG continuará a acelerar a área.

Na divisão de sales & trading, onde a receita somou 1,67 bilhão de reais, com alta de 15% ano a ano e de 21% no trimestre, a expectativa do BTG é de que continuidade do crescimento, mas os executivos ponderaram que o desempenho também depende da atividade do mercado.

"E, principalmente no Brasil, o mercado está muito difícil e está difícil ganhar participação de mercado porque o mercado não está crescendo e isso é bastante difícil", afirmou o CEO do BTG. "Mas estamos tranquilos ainda que continuaremos a ver crescimento", reforçou.

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Ainda houve expansão nas receitas de corporate lending & business banking, de 29% ano a ano e 12% no trimestre, e em wealth management & consumer banking, de 27% e 8%, respectivamente.

BANCO PAN

Questionado sobre a possibilidade de fechamento do capital do banco PAN, controlado pelo BTG, Sallouti afirmou que é sempre uma opção, que provavelmente haveria alguns ganhos de alavancagem operacional, em custos, especialmente aqueles relacionados a empresas listadas, e alguma simplificação.

Mas ressaltou que "não há nada acontecendo" nesse sentido agora e que é algo que tem que acontecer no momento certo e no preço certo. "Isso é algo que não está sendo considerado agora. Pode acontecer, mas acho que depende dos preços de mercado e do desejo, especialmente dos acionistas minoritários".

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