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Café por R$ 30 e macarrão a R$ 20: Procon faz alerta para abusos de preços no litoral de SP

Comerciantes aproveitam a escassez de itens básicos para elevar valores de vendas após tragédia

22 fev 2023 - 14h10
(atualizado às 14h40)
Chuva causa tragédia no litoral de SP
Chuva causa tragédia no litoral de SP
Foto: Amanda Perobelli

Mesmo diante de uma tragédia com dezenas de mortes e que sensibilizou todo o País, há relatos de vendas de produtos básicos com preços inflacionados diante da escassez de itens essenciais em cidades atingidas pelas fortes chuvas no litoral de São Paulo.

Por causa dessa situação, o Procon-SP fez um alerta sobre a possibilidade de elevações indevidas e abusivas de preços de itens de primeira necessidade como alimentos, remédios, água e combustíveis, devido à situação de calamidade.

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Uma moradora de São Sebastião, cidade mais afetada pelo temporal, relatou à TV Globo que encontrou café sendo vendido por R$ 30, um pacote de macarrão por R$ 20 e até o litro de água, normalmente encontrado por R$ 3 nos mercados, sendo cobrado a R$ 15,50.

"É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços, o que é agravado em situações de extrema fragilidade do consumidor, como no caso da tragédia que se abateu no litoral Norte de SP, consequência das fortes chuvas que assolaram a região”, explica Wilton Ruas, Diretor Executivo da Fundação Procon-SP.

Preços abusivos devem ser denunciados ao órgão para que os comerciantes sejam punidos. Para a denúncia, é preciso solicitar nota fiscal do produto ou tentar, de alguma forma, registrar a prática criminosa, com fotos ou vídeos, por exemplo.

As reclamações devem ser registradas no site www.procon.sp.gov.br, na página Espaço Consumidor.

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Revoltado, repórter chora ao vivo

Foto: TV Globo / Reprodução

Walace Lara, repórter da TV Globo, até chorou ao vivo ao relatar que os comerciantes estão cobrando R$93 por um litro de água em São Sebastião, no litoral de São Paulo.

"É difícil ouvir o depoimento que a gente ouviu agora e não se emocionar. Cobrar R$ 93 em um litro de água na situação que nós estamos aqui é inacreditável", disse o repórter no Bom Dia SP.

"Tive ontem em uma comunidade aqui em Topolândia, em São Sebastião, onde tem pelo menos cem pessoas tirando lama de dentro das casas. É uma situação muito difícil de se ver e acompanhar. As cidades não têm estrutura", acrescentou. “É difícil ouvir o depoimento que a gente ouviu agora e não se emocionar. Cobrar R$ 93 em um litro de água na situação que nós estamos aqui é inacreditável”, lamentou com voz embargada.

Entenda

O número de mortos pelas fortes chuvas que atingiram o litoral norte do Estado de São Paulo no último fim de semana subiu para 48, informou o governo paulista nesta quarta-feira, 22, enquanto os trabalhos das equipes de resgate continuam em busca de ao menos 38 desaparecidos.

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Em todo o Estado, as chuvas deixaram mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados, também informou o governo.

A previsão do tempo para o litoral norte para esta quarta é de mais chuvas, com a chegada de uma frente fria à região, o que pode complicar os trabalhos de busca e resgate.

"A partir do final da manhã, a aproximação de uma nova frente fria favorece a formação de nuvens carregadas sobre a região, com isso voltam as condições para pancadas de chuva moderadas e fortes, que podem ocorrer de forma intermitente até o início da noite", disse o governo de São Paulo em nota.

O volume de chuvas que atingiu o litoral norte no fim de semana de Carnaval, quando vários turistas foram para a região, é o maior já registrado em 24 horas na história do Brasil desde o início deste tipo de registro.

Tarcísio de Freitas, que está na região desde o domingo, decretou luto oficial de três dias e estado de calamidade pública por 180 dias nas cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga.

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O governador também transferiu temporariamente seu gabinete para São Sebastião, cidade mais duramente atingida pelas chuvas e que registrou 47 das mortes, para dar mais velocidade à tomada de decisões em resposta à tragédia.

Desde o domingo, equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e das Forças Armadas trabalham nos esforços de resgate de pessoas ilhadas e de vítimas da tragédia, além da desobstrução de vias de acesso e rodovias atingidas por deslizamentos de terra e quedas de barreira.

Temporal deixa Litoral de SP debaixo d'água e com transtornos
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Estradas bloqueadas

Um trecho da rodovia Rio-Santos está completamente interditado e, na segunda, o governador de São Paulo disse que a recuperação levará tempo, pois há a possibilidade de a via ter sido arrastada pelas chuvas. Ele disse ainda ser possível que a rodovia não exista mais no trecho atingido.

Na segunda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à região e prometeu apoio do governo federal e parceria com os governos estadual e municipal na reconstrução das áreas atingidas e na construção de moradias para pessoas que moravam em áreas de risco e perderam suas casas. (*Com informações da Reuters)

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Fonte: Redação Terra
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