O Brasil fechou 115.599 vagas formais de trabalho em maio, no pior resultado para o mês já visto, reforçando a fraqueza no mercado de trabalho em meio ao cenário de atividade econômica debilitada e inflação elevada.
Também foi a primeira vez que ocorreu fechamento de postos em maio, desempenho muito pior do estimado pelos especialistas, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cuja série histórica começa em 1992, divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira.
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A mediana das expectativas de analistas apontava para o fechamento de 38 mil postos em maio, segundo pesquisa da Reuters. Em abril, foram fechadas 97.827 vagas no País, segundo dados não ajustados.
O resultado do último mês foi fundamentalmente impactado pelo fechamento de 60.989 postos na indústria de transformação. Também pesaram o desempenho da construção civil (-29.795), serviços (-32.602) e comércio (-19.351), sendo que dos oito segmentos levantados, apenas a agricultura mostrou saldo positivo (+28.362).
Com isso, houve demissão líquida de 243.948 trabalhadores nos cinco primeiros meses do ano, em dados ajustados que incorporam informações declaradas fora do prazo.
Dados divulgados mais cedo pelo Banco Central sugerem que a economia iniciou o segundo trimestre encolhendo ainda mais, após a queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses do ano.
Em abril, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), espécie de sinalizador do PIB, recuou 0,84% sobre março, bem pior que o projetado por analistas.
Nos três meses encerrados em abril, a taxa de desemprego no Brasil subiu a 8%, ante 7,1% em igual período de 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A piora no mercado de trabalho reflete o aumento da procura por emprego em uma ponta e a criação de menos postos em outra, engrossando a fila dos que seguem buscando ocupação.
Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, há perspectiva de melhora no quadro de geração de vagas a partir do segundo semestre.
"O FGTS já desembolsou R$ 20 bilhões, neste primeiro semestre, para o setor da habitação e saneamento básico. Esse recurso vai ajudar a recuperar os empregos na construção civil, que deve gerar mais de 1 milhão de novos postos ainda em 2015", comentou.
Por ora, a construção civil segue com saldo negativo de 108.573 vagas de janeiro a maio no dado ajustado.