Na hora de aumentar imposto dos super ricos, sempre aparece um argumento contra: "eles é que criam empregos", "assim vão todos embora do Brasil". Já na hora de arrochar o brasileiro comum, que é bem mais fácil, sempre tem uma pesquisa explicando porque é uma boa.
É o caso do novo estudo desenvolvido pelos pesquisadores Fernando Veloso e Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Faculdade Getúlio Vargas, o FGV-Ibre.
Foi apresentado na terça-feira (7), no jornal "Valor". A reportagem ocupa dois terços da página A5. Cita palavras do diretor do FGV-Ibre, Luiz Guilherme Schymura. Schymura também assina um artigo na página 2 sobre o tema.
Artigo e reportagem defendem a mesma tese: é preciso aumentar brutalmente o imposto pago pelo Micro Empreendedor Individual (MEI) - até 600%. Caso contrário, haveria um rombo na previdência no futuro. A reportagem não ouve especialistas com outras visões e perspectivas.
É uma verdadeira campanha contra o MEI. Prepare-se que você vai ouvir muitos argumentos do gênero nesta temporada, argumentando que os MEIs são uma "elite" privilegiada.
O Brasil tem 14,8 milhões de MEIs, quase 15% da população ocupada. Muitos foram obrigados a virar MEI por causa do desemprego e subemprego, ou foram pejotizados. A média de renda dos trabalhadores MEI é R$ 3.783,00.
Neste vídeo, explico o contexto desta caça ao micro empreendedor.
O time do Ibre chama de subsídios o que na verdade não são subsídios. É uma alíquota pequena de imposto, porque a renda dos MEIs é pequena. Isso é só um estímulo ao empreendedorismo e à geração de renda.
O melhor para a população e a economia do Brasil seria cobrar imposto zero do MEI. E mais: proporcionar financiamento acessível a quem quer empreender.