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Campos Neto afirma que mudar meta de inflação neste momento teria ‘efeito contrário’

Presidente do Banco Central foi o entrevistado do programa 'Roda Vida', da TV Cultura, nesta segunda-feira, 13

13 fev 2023 - 23h13
(atualizado às 23h18)
Campos Melo falou sobre a inflação no Programa Roda Viva
Campos Melo falou sobre a inflação no Programa Roda Viva
Foto: Reprodução/TV Cultura

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 13, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que mudar a meta de inflação neste momento teria um efeito contrário ao desejado e que poderia causar “perda de flexibilidade”. Ele também defendeu o aprimoramento das metas para tentar conter a inflação. 

“Eu acho que, se fizer uma mudança agora, sem ter um ambiente de tranquilidade, o que vai acontecer é que vai ter um efeito contrário ao desejado: em vez de ganhar flexibilidade, você pode perder flexibilidade”, disse.

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Definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), integrado pelos ministros da Fazenda e do Orçamento e pelo presidente do BC, a meta para 2023 e 2024 é de 3,25% e 3%, respectivamente, com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo. No ano passado, a inflação foi de 5,79%.

Campo Neto aponta que há divergências entre economistas sobre o tema. A meta atual é muito baixa, conforme diz um grupo, já que a inflação americana subiu muito, e a meta ficou difícil de ser atingida porque ela foi definida dentro de um cenário onde a inflação mundial era baixa e se acreditava que a pandemia iria gerar deflação.

Ainda segundo o presidente do Banco Central, outro grupo afirmou que aumentar a meta agora seria igualá-la ao que já é projetado pelo mercado, que pediria portanto um prêmio de risco ainda maior.

“Então você não só não vai ganhar flexibilidade, como vai perder. Hoje, eu me situo nesse segundo grupo”, afirmou. 

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Embora tenha defendido um “aprimoramento” das metas para tentar conter a inflação, preferiu não descrevê-lo por ser um “tema sensível, que mexe com o mercado”. “Isso vai ser discutido no CMN, não é uma proposta do Banco Central.”

Ele reforçou que, em “nenhum momento defende simplesmente aumentar a meta, no sentido de ganhar flexibilidade”, porque não é a crença dele. “A gente acredita que se faça uma mudança de meta no sentido de ganhar mais flexibilidade e o efeito prático vai ser perder flexibilidade”, declarou

Ao ser questionado se se discutiu antecipar a mudança de meta com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e se propôs, em julho do ano passado, alterar a meta deste ano, ideia rechaçada pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, ele afirmou que se “pensava um pouco sobre qual era a realidade do Brasil à frente, se o mundo fosse voltar a viver num período inflacionário”. 

“Em relação a simplesmente propor ao governo um aumento de meta, não. O que eu disse, em algum momento, é que se houver algum desejo de falar sobre meta, que o Banco Central tenha algum estudo de aprimoramento da meta, que geraria um ganho de eficiência em cima da meta”, finalizou.

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*Com informações do Estadão

Fonte: Redação Terra
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