O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, 8, rompendo com o ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 pontos. O desempate ficou a cargo do voto de Roberto Campos Neto, o presidente do BC. Esse é o segundo voto de minerva de Campos Neto em um ano.
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A ‘divisão’ dos votos foi um dos destaques dessa decisão do Copom, explica o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, ao Terra. Isso porque votaram por uma redução de 0,25 ponto porcentual os membros mais antigos do Copom, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro: Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso eRenato Dias de Brito Gomes. Assim como Carolina de Assis Barros, indicada por Michel Temer -- além do presidente do BC.
Já os indicados pelo governo Lula votaram por uma redução de 0,50 p.p.: Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira. “Das reuniões que tiveram decisões que não foram unânimes, essa e a última --votada em agosto de 2023-- foram as mais apertadas", afirma o economista.
Foi nessa decisão de agosto passado em que Campos Neto também deu um voto do desempate. Antes disso, a última vez que um presidente do BC deu um voto de minerva foi Henrique Meirelles, em 2007.
Divergências
Segundo levantamento do economista, já aconteceram 34 reuniões com divergências de votos para a definição do novo patamar de juros do país.
Desse montante, em 62% dos casos --21 vezes-- a postura que prevaleceu foi a menos agressiva, chamada de ‘dovish’. Já no caso da votação desta quarta-feira, a postura mais agressiva, hawkish, foi a que se sobressaiu.
“Agentes aguardam ansiosamente pela ata da terça-feira que vem, o documento mais detalhado em que o Comitê consegue expor melhor suas ideias. Só assim poderemos entender o quão dividido está o Comitê”, complementa Imaizumi.