O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 19, que as atuações da autarquia no câmbio visam lidar com disfuncionalidades do mercado, e não fazer frente a pioras em prêmios de risco, gerir dívida ou fazer política monetária.
Em entrevista coletiva em Brasília, ele frisou que o BC não busca "mudar o rumo" do câmbio ou defender um patamar para o dólar ante o real com suas intervenções, mas "organizar o processo", evitando disfunção nas negociações.
Segundo Campos Neto, a intervenção no câmbio não pode ser pequena demais para que sigam disfunções e nem grande demais para que pessoas sintam que houve perda de capacidade de hedge.
Ele também afirmou que o segundo leilão de câmbio realizado pela autoridade monetária na sessão desta quinta-feira ocorreu devido à demanda bem maior do que a esperada pela autarquia no primeiro leilão do dia realizado pelo BC.
Mais cedo, o Banco Central vendeu 3 bilhões de dólares à vista em leilão anunciado na véspera e, um hora depois, fez novo certame vendendo 5 bilhões de dólares à vista no mercado.
Após os leilões desta quinta, que elevaram o total vendido desde a semana passada pelo BC para mais de 20,75 bilhões de dólares, incluindo vendas à vista e leilões de linha, finalmente houve um alívio para o real diante de sua recente desvalorização.
Às 12h37, o dólar à vista caía 1,65%, a R$ 6,1645 na venda.