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Campos Neto sinaliza fim do rotativo do cartão de crédito

Presidente do Banco Central diz que grupo de trabalho vai encaminhar solução nos próximos 90 dias; linha de financiamento é a mais cara do País

10 ago 2023 - 13h31
(atualizado às 17h32)
Roberto Campos Neto confirmou que a modalidade deve deixar de existir
Roberto Campos Neto confirmou que a modalidade deve deixar de existir
Foto: Gabriela Biló/Estadão / Estadão

Brasília - Enquanto o Congresso debate a criação de um teto de juros para o rotativo do cartão de crédito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou hoje, 10, que a modalidade deve deixar de existir. Campos Neto destacou que o grupo de trabalho - formado pelo BC, governo e bancos - deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução com o fim do rotativo.

"Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado. Deve ser anunciado nas próximas semanas", afirmou, em arguição pública no plenário do Senado. "Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar rotativo", admitiu.

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O presidente do BC defendeu novamente o regime de metas de inflação brasileiro que, segundo ele, tem se mostrado muito eficiente para manter a inflação controlada. Campos Neto também repetiu que a autonomia da instituição auxilia o combate à inflação. "Os dados mostram que o ganho de autonomia na América Latina gerou queda de inflação ao longo da história", acrescentou, renovando críticas à política monetária da Argentina.

Gasto público

O presidente do Banco Central reconheceu que o Brasil tem feito um esforço fiscal, mas afirmou que o gasto real do governo brasileiro ainda é muito superior ao da média mundial. "O Brasil gasta mais, em termos reais, comparado com outros países. Isso ajuda um pouco a explicar essa 'desancoragem gêmea'. Eu digo que vou baixar a inflação e o mercado não acredita, e o governo diz que fará um fiscal melhor e o mercado também não acredita", afirmou ele, no Senado.

Para Campos Neto, com as medidas de receitas propostas pelo governo para ancorar melhor o fiscal, o BC também conseguirá uma reancoragem melhor das expectativas de inflação. "Para atingir a meta (de primário), precisamos de bastante receita. À medida que as receitas forem entrando, acredito que teremos não só uma convergência fiscal, com uma convergência monetária", completou.

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