A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil recuou 10,2% em maio quando na comparação anual, diante do impacto de medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação do coronavírus, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em boletim nesta segunda-feira.
O desempenho é apenas um pouco melhor que em abril, primeiro mês inteiramente afetado por quarentenas decretadas por governadores e prefeitos devido à pandemia, quando a demanda desabou 11,6%.
"A menor redução, em relação ao recorde de variação negativa observada em abril, sinaliza uma acomodação da situação atual em níveis muito baixos", disse o ONS, ao citar a interrupção de atividades em diversos setores da economia em meio às medidas restritivas adotadas contra o vírus.
O órgão do setor elétrico disse ainda que temperatura e calendário também impactaram o desempenho, que teria sido um recuo de 7,9% se desconsiderada a influência desses fatores não econômicos.
Foi o segundo mês consecutivo com queda na carga em todas regiões do Brasil, com o maior recuo registrado na Região Nordeste, de 11,4%.
No Sudeste, houve retração de 11,3%, enquanto na Região Sul a diminuição no consumo de energia foi de 7,7%. A Região Norte foi com menor redução, de 5,9% ano a ano.
Já o mês de junho tem apresentado desempenho um pouco melhor, com queda de 6% no consumo ante mesmo período do ano anterior, se considerados dados prévios dos primeiros 19 dias, disse a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também nesta segunda-feira.
No acumulado do ano, a queda acumulada de demanda até o momento é de 9,8%, ainda segundo a CCEE.
Essa redução no consumo deve fazer com que as distribuidoras de energia do país fechem o ano de 2020 com sobras de eletricidade contratada de cerca de 15,8%, projetou a CCEE em conferência online com jornalistas.